Em conversa com a equipe do site do SINTUFCE, o reitor da Unilab, Roque Albuquerque, reconheceu a importância dos servidores técnico-administrativos em educação (TAE) na transformação da universidade, destacando que, apesar da greve, houve uma gestão inteligente das atividades, evitando acúmulos significativos de trabalho.
Ele ressaltou que a luta da categoria foi fundamental para avanços na educação federal, como o PAC da educação e a discussão do orçamento das universidades, e ajudou a formar um coletivo forte de servidores. “Ainda tem lutas, ainda tem conquistas, ainda tem coisas que precisam ser reparadas e esse é o trabalho do servidor”, avalia.
O reitor ainda disse que espera que o governo federal valorize a carreira dos TAE, comparando o tratamento que desejam ao dos servidores federais do Judiciário. “Você não pode tratar a base como se ela não fosse importante”, provoca.
Que avaliação o senhor faz da greve?
Os servidores fizeram a lição de casa. Então, há muito pouco trabalho pra gente dar continuidade. Nós não temos muitas atividades represadas porque houve por parte do servidor um método inteligente. Procuramos fazer os registros. E a perspectiva é exatamente essa não vai ser acúmulo. Creio que essa página está virada.
Ainda tem lutas, ainda tem conquistas, ainda tem coisas que precisam ser reparadas e esse é o trabalho do servidor. A categoria está realmente transformando a universidade. Quero agradecer que foi através desse trabalho também que o PAC [da educação] foi anunciado, que foi discutido o orçamento das universidades, trouxe pra nós os benefícios e essa luta ela formou realmente um coletivo fantástico, o coletivo dos servidores.
Existe um desafio maior que é manter esse servidor com uma carreira que seja interessante para que ele fique muito tempo na universidade e isso diz respeito à qualidade da universidade. O que o senhor consegue ver a curto e médio prazo em relação a isso?
A curto prazo, eu creio que é importante ver o trabalho e o resultado dos grupos de trabalhos que estão pensando essa carreira, porque se o servidor seguir uma carreira como está, é muito complicado porque vai gerar uma instabilidade. Eu espero que esse resultado chegue logo, para que o servidor faça mestrado e doutorado e possa poder ter os seus devidos reconhecimentos.
A longo prazo, como um todo, é preciso repensar a atuação dos TAE. A Unilad hoje está de parabéns. Hoje ela tem paridade e isso é muito importante. Nós estamos com um grupo de trabalho para que os nossos técnicos tenham condições de ter um olhar especial nas vagas de pós-graduação. A gente já tem um GT que foi portariado. E a gente espera que o governo, então, trate essa carreira essencial. Nós não queremos nada demais. Nós queremos ser tratados como os servidores federais do [poder] Judiciário.
Você não pode tratar a base como se ela não fosse importante. Você precisa fortalecer e trazer pelo menos a igualdade para que a gente tenha condições de continuar produzindo ciência e formando quadros que irão atuar em diversos setores de todo o País.