Às companheiras negras: Estamos juntos! Contra toda exploração e preconceito!

 

Vivemos em um país construído sobre a dor de um povo. O fundamento de nossas instituições, de nossa história, é a carne e o sangue de milhões de seres humanos que foram escravizados por um sistema brutal que coloca o lucro acima de qualquer sentimento ou valor humano. Entre os escravizados quem poderia ter sofrido tanto quanto as mulheres negras?

Essas mulheres tiveram seus sonhos destruídos, sendo arrancadas de seus lares e tendo suas famílias desfeitas. Trabalhavam de sol a sol sob o chicote dos feitores e aguentando as agressões e as investidas sexuais dos senhores. Sofreram ao ver seus filhos padecendo de fome, enquanto alimentavam nos braços os filhos dos senhores brancos. Sua fé foi criminalizada e seus deuses considerados demônios.

Diante de tanta dor, seria natural esmorecer. Diante de tanto sofrimento, como suportar? Mas, as mulheres negras resistiram. Muitas fugiram do cativeiro e lideraram seu povo em quilombos, muitas lideraram revoltas, muitas auxiliaram seu povo na resistência, em todas as formas: conservando sua cultura, suas origens, desafiando os senhores, mostrando a fibra que a mulher negra possui. Lutaram contra a escravidão, mulheres como Dandara, Ana Mahim, Tereza de Benguela.

Finda a escravidão, mas não finda o preconceito. Negras e negros são lançados nas favelas, onde, se já não lhe nega a humanidade, negam-lhes a cidadania, os direitos. E continua a luta das guerreiras negras, seguem impávidas, buscando uma vida melhor para si, para os seus filhos e maridos. O racismo, o machismo, a exploração pelo patrão, a falta de oportunidade, todas as formas de opressões se levantam contra ela, mas ela segue na luta.

E foi essa luta que permitiu a conquista de direitos, a uma política que busca reparar os séculos de omissão dos poderosos para com o povo pobre e negro do Brasil. Mas não é o fim da luta. Ainda há muito mais para conquistar. E a mulher negra permanece, como em toda a sua história, aguerrida e disposta a contrariar os interesses dos poderosos.

O SINTUFCE parabeniza neste dia 25 de julho, o Dia Internacional da Mulher Negra, o Dia Nacional de Tereza de Benguela, a todas as mulheres negras, em especial as TAEs negras da UFC, UFCA e UNILAB. E reafirma seu compromisso de luta contra todas as opressões, a fim de construir um país justo, sem desigualdades, sem machismo e sem preconceitos de raça, gênero ou credo.

A luta de todos os trabalhadores é uma só: contra a exploração do sistema capitalista nos que desumaniza e nos divide!

Viva a mulher negra do Brasil! Viva às lutadoras e lutadores!

Diretoria Colegiada do Sintufce

Artigo de opinião de Wagner Pires

Coordenador de Campi do Sintufce