Com participação do SINTUFCE, Plenária da Fasubra reafirma estado de greve e prioriza combate à reforma administrativa

Realizada neste fim de semana em Brasília, a Plenária Nacional da FASUBRA Sindical, reuniu representantes de todo o país para debater os rumos e desafios do movimento dos servidores técnico-administrativos(as) em educação (TAE) das instituições federais para alcançar o cumprimento do acordo, oriundo da greve de 113 dias ocorrida em 2024.

Na sexta-feira, 13, as atividades tiveram início logo nas primeiras horas da manhã, com o credenciamento dos participantes, seguido pela saudação inicial da Coordenação Geral e apresentação da pauta da plenária. Em seguida, os diversos coletivos se dividiram em salas para suas reuniões.

À tarde, os debates foram centrados na discussão sobre o cumprimento do acordo de greve por parte do governo, além de alertas sobre os avanços da reforma administrativa, apontada pelos participantes como um ataque frontal ao Estado promotor de direitos sociais por setores da direita e extrema direita. O destaque do dia foi a reafirmação da necessidade de mobilização urgente do movimento sindical diante da iminente tramitação da reforma administrativa.

A programação continuou no sábado (14), com a continuidade das análises de conjuntura, desta vez com intervenções dos(as) delegados(as) presentes. O dia foi marcado por intensos debates e análises de conjuntura política e social. As discussões refletem a crescente preocupação da categoria diante dos desafios impostos aos trabalhadores técnico-administrativos em educação das universidades e institutos federais.

Durante os trabalhos, os participantes expuseram avaliações sobre o atual cenário político, com foco especial nas ameaças representadas pela reforma administrativa em discussão no Congresso Nacional, e a suspensão dos trabalhos da mesa de negociação no dia 12 de junho com a CNSC.

Além disso, temas como o indicativo de greve, estratégias de resistência e a construção de um plano de lutas unificado foram recorrentes nas falas, revelando um clima de mobilização crescente entre as bases sindicais.

A plenária foi encerrada no domingo (15), quando se concluíram as análises de conjuntura e foi dado prosseguimento ao debate sobre o indicativo de greve, a reforma administrativa e a definição do plano de lutas para os próximos meses, como informa a  coordenadora de Educação e Cultura do Sindicato dos Trabalhadores, Ana Maria Dias.

“A plenária se encerrou com algumas definições importantes. Continuamos em estado de greve, o que significa que seguimos mobilizados e em alerta. No entanto, neste momento, não deliberamos por uma nova deflagração de greve, pois identificamos que a pauta da reforma administrativa ganhou centralidade e precisa ser enfrentada com força e unidade entre todas as categorias do serviço público. Dessa forma, nos próximos meses, iremos intensificar a articulação com outras entidades e sindicatos das três esferas: municipal, estadual e federal. A proposta de reforma administrativa é extremamente nociva e afeta a todos: servidores e servidoras, e também a população, pois ameaça o caráter público dos serviços essenciais, como saúde, educação e segurança”.

Grupo de trabalho da Reforma Administrativa

Segundo a dirigente do sindicato, foi decidido que a Fasubra vai oficiar o governo para participar efetivamente das discussões sobre a reforma. 

“Foi aprovado em plenária que acompanharemos com atenção os desdobramentos do Grupo de Trabalho (GT) da Reforma Administrativa, que está em curso no Congresso Nacional. Esse GT, composto por parlamentares — em sua maioria ligados à extrema direita e ao centrão —, tem até o dia 26 de julho para apresentar um relatório sobre o tema. É importante destacar que, até o momento, a FASUBRA não havia sido convocada para participar das discussões do GT. Por isso, deliberamos que a Federação irá oficiar o governo, exigindo a participação efetiva nesse espaço, pois é inadmissível que apenas os representantes docentes sejam ouvidos, enquanto os servidores técnico-administrativos em educação sejam excluídos. A FASUBRA é a legítima representante da nossa categoria e precisa estar presente em todas as mesas de negociação e construção de políticas que nos afetam diretamente.

Nova plenária

Novas plenárias serão realizadas em breve pela Fasubra, adianta Ana Maria. 

“Também ficou definido que teremos duas novas plenárias até o mês de agosto — sendo uma delas de caráter emergencial, a depender da evolução do debate em Brasília. Sabemos dos riscos: essa reforma é defendida por setores que querem desmontar o Estado, transferir recursos públicos para interesses privados e aprofundar a precarização dos serviços. Estão em jogo as privatizações, as terceirizações e a retirada de direitos históricos da classe trabalhadora”.

Participação da base do SINTUFCE 

O Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (SINTUFCE) participou ativamente da plenária com representantes das três universidades de sua base: Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal do Cariri (UFCA) e Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).

A delegação cearense foi  composta por Cássia Araujo, da Direção do SINTUFCE; Ana Maria Dias de Lima e Célia Araujo de Carvalho, ambas da UFC e integrantes do Coletivo Travessia TAES na Luta; João de Deus Mendes Rodrigues, da UFC e do Coletivo Somos Todos SINTUFCE; Eliedir Ribeiro da Cunha Trigueiro, também da UFC, representando o Coletivo Ideias e Diálogos; Breno Alves Cipriano de Oliveira, da UFCA; e Henrique Pinho Oliveira, da Unilab. Com exceção da representante da direção do sindicato, os participantes foram eleitos democraticamente nas assembleias realizadas em cada universidade.

Com informações da Fasubra Sindical