Diretoria do SINTUFCE reúne-se com Vice-Reitor da UFC

Na pauta, o Seminário Nacional dos Motoristas e pautas locais de greve

 

Na manhã desta quarta-feira (16/9), a diretoria do Sintufce esteve reunida com o vice-reitor da UFC, prof. Custódio Almeida, para tratar da realização do VI Seminário Nacional dos Motoristas Oficiais das IFES, CEFET e IFs. A negativa da universidade em disponibilizar espaço para realização do evento motivou o pedido de audiência com o Reitor.

Na oportunidade, os coordenadores abordaram pontos da pauta local de greve da categoria e cobraram celeridade na resposta às reivindicações apresentadas em reunião, no último dia 6 de julho, com o prof. Henry Campos – à época reitor em exercício. Clique aqui para ler a notícia sobre a reunião. 

 

Seminário dos Motoristas
Acerca do VI Seminário Nacional dos Motoristas Oficiais das IFES, CEFET e IFs, o motorista da UFC Clécio Saraiva, coordenador do Sintufce, esclareceu ao Vice-Reitor que “esta é a primeira vez em que o seminário será realizado no Ceará. E esse é um evento muito prestigiado pela categoria, com presença representativa de motoristas de todo o país”. O coordenador Jurídico do Sintufce Rogério Pimentel, também motorista da UFC, destacou que “todos os seminários, nos demais estados, foram realizados no espaço físico das universidades, com a presença dos respectivos reitores e apoio logístico, disponibilizando vans ou micro-ônibus para o transporte dos servidores de outros estados. Aqui na UFC, pedimos o auditório da FEAAC e o Castelo Branco e tivemos o pedido, simplesmente, negado”.

O prof. Custódio Almeida acolheu a solicitação e disponibilizou o Centro de Convivência do Pici para o evento. Também orientou o envio de ofício com o pedido de duas vans ou micro-ônibus. “Podemos, com certeza, nos comprometer com o apoio”, assegurou.

O coordenador Rogério Pimentel ainda reforçou a necessidade de mudanças no processo gerencial do setor de Transporte e informou que o Sintufce já vinha trazendo esta reivindicação ao professor Jesualdo Farias. “Precisamos de um olhar na gestão de pessoas humanizado, justo, sem dois pesos e duas medidas”. Rogério listou a terceirização, a falta de concursos para o cargo de motorista e o sistema de horas extras como pontos carentes de intervenção do Reitor. “Nós acreditamos que a gestão não deve visar somente o corte de gastos e a instituição física, sem preocupar-se com a dimensão humana. Isso gera um ambiente em que os trabalhadores convivem mal, têm o trabalho prejudicado e terminam com a vida familiar desajustada. É preciso reavaliar tudo isso”.

Capacitação e qualificação
A coordenadora Geral do Sintufce, Telma Araújo, expôs ao Vice-Reitor também a necessidade de uma política de capacitação e qualificação direcionada aos motoristas. “A Progep tem que avançar na capacitação para outros cargos e não somente para as classes D e E. Através da Comissão de Capacitação criada pelo ex-reitor Jesualdo Farias, foi entregue um projeto apontando a necessidade de formatação do Plano de Desenvolvimento dos Integrantes da Carreira (PDIC) e a gente faz, agora, um reforço dessa demanda”, disse.

Segundo a coordenadora de Educação e Cultura do Sintufce, Heveline Ribeiro, “a Comissão de Qualificação e Capacitação apresentou proposta de projeto definindo, por cada área, cursos que poderiam ser realizados para esses servidores, tendo em vista que já há um programa para as classes D e E. Após a entrega do projeto, ficamos aguardando um desenvolvimento posterior e isso não aconteceu. A proposta previu a oferta de cursos de tecnólogo de Gestão da Qualidade e novas vagas de mestrado para os técnicos”.

Heveline também destacou que o Sintufce vem ofertando cursos preparatórios para os técnico-administrativos concorrerem às vagas de mestrado e que vários alunos obtiveram êxito na seleção. “Temos encaminhado nossa luta sobre isso e precisamos da parceria com a Administração para avançarmos ainda mais”.

Comissões
A diretoria também tratou da situação das Comissões criadas por meio de portaria cujos trabalhos não foram concluídos. São elas o Grupo de Trabalho para Qualificação e Desenvolvimento dos Servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFC e o Grupo das 30 horas, que estuda a implementação da jornada reduzida de trabalho em toda a universidade.


As comissões estão tendo dificuldades em se reunir pela indisponibilidade de alguns componentes. O Sintufce defendeu a substituição dos membros impossibilitados de participar e que os trabalhos sejam retomados a partir de uma reedição das portarias. O Vice-Reitor concordou.

O coordenador Geral do Sintufce, José Raimundo, fez uma explanação da fundamentação para a aplicação das 30 horas na UFC, destacando a necessidade da reestruturação da força de trabalho, e ressaltou a importância de a Administração Superior assumir este compromisso. “Esse é um instrumento que a UFC pode ter de atender ao público com eficiência e eficácia. Já para o servidor, é positivo para que este tenha mais tempo para se capacitar e para a família. A UFC lucra com isso!”.

Keila Camelo, também coordenadora Geral do Sintufce, relatou como exemplo as mudanças constatadas no Complexo Hospitalar um ano após a vitória da implementação das 30 horas em todos os setores (exceção dos setores de Manutenção e Pessoal). “Os chefes têm nos dito que houve uma melhora na qualidade de vida dos servidores e na forma como trabalham. Eles estão mais motivados, comprometidos e com uma satisfação maior no serviço. Até os pacientes estão mais satisfeitos, porque há um número maior de atendimentos e o horário foi estendido. Antes, o Ambulatório funcionava até as 17h. Agora, vai até as 19h. Isso é uma vitória da Comissão das 30 horas, criada especificamente para o HUWC e MEAC”, contou.

A coordenadora também expôs a situação dos servidores dos setores de Manutenção e Pessoal, únicos não contemplados com a mudança na carga horária. “Não aceitamos essa diferenciação. Eles trabalham de forma ininterrupta. O setor de Pessoal nem fecha para o almoço, porque é o horário em que eles atendem aos servidores, alunos e professores. O próprio Conselho Gestor concordou com as 30 horas para eles também, mas o Prof. Serafim Firmo (Progep) fez uma leitura completamente diferente e não aceitou. Nós queremos uma nova reunião para tratar disso”.

Ebserh
Keila Camelo levou ao Vice-Reitor também a situação a que estão submetidos os servidores da UFC após a chegada da Ebserh. “Os servidores não foram cedidos, mas estão trabalhando como se fossem, subordinados a gestores da Ebserh. Isso vem provocando problemas, em razão da interpretação errada da aplicação do RJU e da CLT. Todos os dias estamos no hospital ‘apagando fogo’. A cessão não é automática. O servidor pode optar. Nós queremos mais transparência por parte da Ebserh na gestão dos servidores. O Sintufce tem que participar dessa transição! “. 

Paridade
“Apesar de sermos uma comunidade, nem todos são ouvidos. Como é que uma bem conceituada universidade, ela própria, não pratica a democracia? É questão de soberania institucional e de princípios! Hoje, 38 universidades, 68%, já decidiram dessa forma. O que falta para a UFC? E não adianta plebiscito. Temos uma maioria de docentes que não aceita que a universidade tem que ser rediscutida”, disse o diretor José Raimundo. O coordenador Geral do Sintufce propôs ao novo Vice-Reitor uma nova postura para a Administração Superior, com mudanças efetivas em prol de toda a universidade.

“É preciso retomar o discurso da redemocratização em todos os setores, no trato interpessoal, na gestão e na escolha do corpo gestor. Temos que ter o sentimento de que todos somos responsáveis e estamos juntos na condução da universidade”, reforçou.

Aposentados
A coordenadora de Aposentados e Pensionistas, Marlene de Paula, propôs à Reitoria um “olhar específico para os aposentados. Eles estão desamparados na questão da assistência, do olhar desta universidade para dentro dela mesma. Os aposentados construíram essa ilustre instituição, reconhecida nacional e internacionalmente”. A diretora solicitou ao Vice-Reitor uma audiência para que a Comissão de Aposentados possa tratar de demandas específicas desse público. Marlene lembrou que já houve uma reunião com o prof. Jesualdo Farias em que foi entregue documento com a pauta dos aposentados, mas, até o momento, não houve resposta.

A diretora Lurdes Souza (Administração e Finanças do Sintufce) mencionou uma das práticas da universidade de exclusão aos aposentados. “Todos nós podemos ir ao Restaurante Universitário e, mediante pagamento, fazer uma refeição. Aos aposentados, isso é negado. O acesso deles não é permitido. Isso tem que mudar!”. 

O vice-reitor da UFC, prof. Custódio Almeida, orientou que o sindicato solicitasse via ofício uma reunião para tratar da pauta dos aposentados.

Telma Araújo finalizou a reunião reiterando ao Vice-Reitor que “esta é uma diretoria que dialoga sempre, buscando o bem da categoria. Contamos com sua sensibilidade aos pontos tratados e que consigamos avançar com as devidas soluções”.

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