Insegurança e Violência nas Instituições Federais de Ensino Superior

Uma das bandeiras mais importantes defendidas pelo movimento sindical nas Instituições Federais de Ensino é a da luta por universidades públicas gratuitas e de qualidade. Tem-se conseguido ao longo do tempo manter, com sucesso, essas bandeiras. Hoje, entendemos ser necessário acrescentar mais um pendão no rol da luta sindical – o da segurança. Há que se empunhar, com muita determinação e propriedade, a luta na defesa de uma universidade mais segura. Esse artigo não pretende ser o ponta pé inicial desse intento mas almeja alertar as autoridades institucionais competentes para o aumento da violência nos campi institucionais e cobrar delas (autoridades) maior empenho e esforço na solução desse grave problema que afeta e aflige toda comunidade universitária, assumindo contornos os mais perigosos.

A Constituição da República assegura, em seu artigo 207, autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial às universidades. Em que pese a falta de regulamentação desse dispositivo em sede de Lei Ordinária, as IFES assumem diferentes matizes de autonomia administrativa, acadêmica e organizacional na elaboração do seu próprio perfil institucional. Queremos dizer com isso que esse perfil poderá ser traçado levando-se em conta também o ítem segurança (latu sensu), homenageando a propagada excelência institucional.

Na UFC e nas demais Universidades Federais no Estado do Ceará – UFCA e UNILAB não se tem conhecimento sobre “política de prevenção à violência nos campi universitários”, apesar dos problemas gravíssimos que corriqueiramente tomam o noticiário destas aludidas instituições de ocorrências de assaltos à mão armada, roubos patrimoniais, estupro, uso de drogas e se fala até de tráfico. As Universidades são ambientes riquíssimos em conhecimento, mas surpreendentemente pobres de atitude e coragem no enfretamento destas sérias questões. Urge, que se dê maior atenção a temática segurança buscando trabalhar o diagnóstico da situação e apresentar soluções para estas situações conflitivas que acontecem no interior destas instituições, as quais estão gerando medo e pânico para quem as frequenta. É preciso mais veemência nos processos decisórios internos no sentido de apresentar mecanismos eficazes de contenção da violência nas IFES.

José Raimundo Soares da Silva
Coordenador Geral do Sintufce