Um grupo de técnico-administrativos da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC) entrará com uma ação conjunta contra a Universidade Federal do Ceará (UFC) pleiteando revisão de insalubridade. Com o apoio da assessoria jurídica do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (SINTUFCE), 21 servidores do Centro Cirúrgico e 11 da Central de Esterilização da MEAC alegam que o contato com pacientes portadores de doenças infectocontagiosas pode prejudicar de alguma forma a saúde do trabalhador e devem melhor ser remunerados por isso.
Ana Maria Dias, instrumentadora cirúrgica da MEAC, afirma ter ciência do êxito de ações semelhantes com colegas que deram entrada em processos individuais e também de ganhos de causa em outros Estados. “Trabalhamos há anos neste setor e sabemos de diversos casos de cirurgia de pacientes com doenças diversas, como sífilis, Aids e tuberculose”, exemplifica.
Segundo Ana Maria, apesar de todos seguirem protocolos de prevenção com o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), isso não anula o risco. “Muitas pacientes chegam e não querem se submeter aos exames de testes rápidos. Nós respeitamos esta individualidade. Em diversos casos, só somos avisados sobre isso após os procedimentos cirúrgicos, já que há momentos em que gestantes e bebês correm risco de morte e nossa prioridade é atendê-los”, lamenta.
Representando os colegas que também farão parte da ação, a servidora confirma que irão persistir, através dos meios judiciais, para a reparação. “Resolvemos entrar com o processo que tem o apoio do SINTUFCE pleiteando a revisão da insalubridade por risco biológico porque temos certeza que, da forma como trabalhamos, e por ter causas ganhas em situações semelhantes, também conseguiremos. Atualmente recebemos o equivalente ao grau médio e lutaremos para passarmos a receber o grau máximo porque é constante, frequente e dinâmico o atendimento de pacientes infectados e não informados. Com o apoio do Sindicato, haveremos de conseguir esta revisão”, considera.