Marielle presente, sempre!

Março é marcado pelo Dia Internacional da Mulher. Neste dia, flores, chocolates e mimos são dedicados às mulheres. No entanto, passada essa data, as mulheres trabalhadoras voltam à dura realidade. A realidade de uma sociedade machista que oprime, escraviza e mata as mulheres. A realidade onde as mulheres, mesmo tão ou mais qualificadas que os homens, recebem menores salários, ocupando os mesmos cargos. A realidade em que os cuidados da casa e dos filhos são vistos como sendo obrigação da mulher, mesmo quando ela trabalha fora para complementar a renda da casa.

E esta dura realidade mostrou sua cara violenta, desumana. No dia 14/03, os professores, em protesto contra as políticas nefastas do prefeito de São Paulo, que pretende precarizar ainda mais a atividade dos professores e, por tabela, a educação, foram duramente reprimidos pela guarda civil da cidade. As imagens de uma professora que teve o nariz quebrado pela truculência do Estado ganharam as redes sociais e os jornais brasileiros. Uma mulher. Uma professora. Uma trabalhadora. Massacrada junto com outros tantos trabalhadores, por conta de uma só atitude: protestar contra a retirada de direitos.

Mais tarde, mais um crime. Outra mulher. Outra trabalhadora. Negra. Da favela. Representante do povo trabalhador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Executada em plena rua, na zona central da cidade. Um assassinato claramente político. A tentativa sórdida de calar uma voz que estava ao lado do povo trabalhador, do povo pobre, do povo preto do Rio de Janeiro. Uma voz que ousou dizer que a intervenção militar, longe de acabar com a violência no Rio de Janeiro, iria, em vez disso, aumentá-la por meio da repressão à população das periferias e a criminalização dos movimentos sociais e de todos os lutadores.

Marielle representa uma quantidade enorme de lutadoras dispostas a doar a própria vida por uma nova sociedade. Neste momento, o SINTUFCE se coloca ao lado de cada uma das lutadoras e dos lutadores desse país, e exige justiça! Exige a apuração desse crime, que não tirou apenas a vida de Marielle e nem feriu apenas a família dela, mas deixa a todos nós, que acreditamos que só a luta muda a vida enlutados.

O sangue derramado ontem não há de ficar impune. O clamor que emana dele reverberará para sempre, junto com o sangue de outros lutadores que tombaram em sua busca pela transformação da vida dos trabalhadores.

Não à intervenção militar!

Não ao massacre do povo trabalhador!

MARIELLE PRESENTE, HOJE E SEMPRE!

Diretoria Colegiada do Sintufce