Dia após dia os números de infectados e mortos por covid-19 nas cidades brasileiras se multiplicam. O esforço de muitos é trabalhar com números, utilizando a estatística para esconder as vidas por trás das porcentagens. Por que?
Porque o projeto eleito em 2018 é uma mistura de neoliberalismo com necropolítica e para esse projeto um CNPJ não pode morrer, mas os CPFs podem ser cancelados. Utilizamos aqui os termos tão comuns entre os comentarias de políticas do Brasil, no qual empresas são tratadas como pessoas e pessoas são tratadas como coisas.
Para uma parte da população brasileira, a piora das condições de vida não importa nada, desde que seu “mito”, sentado inoperante no alto do maior cargo da República, possa diverti-los com seu jeito de personagem de ópera bufa. Mas, longe de ver um governo de ineptos, vemos ali um governo fascista, apoiado por gente que flerta abertamente com ditadura, um governo que acha que as virtudes a serem cultivadas sejam a cupidez, a ganância e o individualismo exacerbado, temperado com umas pitadas de um moralismo fajuto. Nem falo das narrativas mal-ajambradas de certos líderes evangélicos, que desejosos de poder, apoiam um presidente que contraria tudo o que o cristianismo é e prega.
Esse governo, com a exibição do vídeo liberado pelo Ministro Celso de Mello, no dia 22/04, foi posto a nu diante de todos os brasileiros. Uma reunião ministerial em que não se discute nenhuma estratégia para combate a doença que já ceifava a vida de milhares de brasileiros. Parte dos brasileiros assistiu em êxtase o vídeo, porque é aquilo mesmo que ele quer no governo: as mentiras, as Fake News, a arrogância, o descaso com o saber, o tão conhecido mandonismo que já nos mancha a história desde a chegada das caravelas europeias.
Outra parte, na qual nós, do SINTUFCE, incluímo-nos revoltado, o quão abjeto e hediondo este governo é, tal qual o rei nu da fábula. Um ministro do Meio-Ambiente que dizia que a pandemia devia ser usada para aprovar a rodo uma série de ataques ao meio ambiente. Uma ministra de Direitos Humanos que pensa em cassar esses direitos, pois só consegue ver como humanos os que compartilham com sua visão religiosa estreita e desligada da realidade de milhões de brasileiros. Um preconceituoso ministro da Educação, que parece sair dos manuais nazistas da Alemanha da década de 1930 ao esbravejar que odiava o termo povos indígenas, povo cigano e outros, porque o Brasil, seria apenas um povo… e muitos outros crimes foram desnudados, muitas outras bobagens e muitas outras falas que envergonham aos brasileiros que desejam um país menos desigual e com oportunidades para todos os povos que compõe a nação brasileira, tão rica em cultura e diversidade.
O presidente nitidamente preocupado apenas em impedir as investigações dos crimes de seus filhos, comanda esse circo de horrores como se a República brasileira estivesse ali para servir a si e aos seus. Corruptos e corruptores se arvoram de éticos e se assentam no governo do país para se refastelarem em um banquete onde o povo brasileiro não foi convidado, embora seja quem esteja pagando a conta.
Aqui reside o mais grave. A elite econômica, os banqueiros e grandes empresários foram os fiadores de tudo isso, porque desejavam colocar sob correntes os trabalhadores, desejavam rasgar a constituição e retirar delas os direitos que permitiam que os brasileiros mais pobres pudessem receber saúde, educação, segurança e dignidade.
À burguesia não interessa isso. Não interessa que tenhamos aposentadoria, nem educação, nem saúde. Ela quer nos roubar até mesmo o futuro. Por isso, ela apoiou o golpe em 2016, apoiou a reforma trabalhista, o teto de gastos, a reforma da Previdência e todo o restante do pacote neoliberal que Guedes tem rascunhado desde os tempos em que, banhado em sangue dos chilenos, ajudou a ditadura de Pinochet a arrasar o Chile.
Esse Paulo Guedes, a quem a mídia poupou de críticas e que, para alguns, é o fiador do governo, tem um pacote de maldades que incluem a destruição de toda a estrutura que permite ao Estado brasileiro ofertar o mínimo de dignidade aos mais pobres, e nessa sua missão, de deixar atrás de si, apenas terra arrasada, Guedes tem, como ele mesmo confessou, na famigerada reunião ministerial, um inimigo. Um inimigo personificado nos servidores públicos brasileiros. Desde o primeiro momento Bolsonaro, Guedes e sua trupe demonstraram ódio aos servidores. Perseguiram, deixaram de conceder aumentos, cortaram salários e agora, a “granada”, como Guedes disse: dois anos de congelamento de salários!
Ainda impediram o desenvolvimento profissional, dificultando a capacitação profissional, um verdadeiro crime, nesses tempos de Economia da Informação em que vivemos, e durante a pandemia cortaram benefícios e auxílios dos servidores, deixando milhares de pais e mães de família com dificuldades para suprir as necessidades dos filhos.
Este governo é o que ataca as universidades, impondo-lhe interventores, cortando seu orçamento e traçando estratégias para privatizar o Ensino Superior e deixar de fora da universidade os brasileiros mais pobres. Basta! Este é um pequeno panorama do que é este governo. Por isso, somos-lhe oposição, colocamos-nos na luta contra a retirada de direitos e contra os ataques àqueles que sempre fizeram este país avançar: as servidoras e servidores públicos do Brasil.
O SINTUFCE chama a sua base para a luta, para estarmos a postos para defender nossas universidade e nossa carreira, para dar um fim ao governo de facínoras que está levando o Brasil a uma crise sem precedentes em sua história, e não é só pelo corona vírus. É pelo projeto que insistem em empurrar goela abaixo dos brasileiros: um projeto neoliberal, que deseja que uns poucos continuem com tudo enquanto a imensa maioria fica sem nada.
Fora, Bolsonaro, Mourão e esse governo da Morte!
Fora, Paulo Guedes!
Fora, Weintraub!
Diretoria Colegiada do SINTUFCE