Neste fim de semana, nos dias 28 e 29 de setembro de 2024, a Plenária Nacional da FASUBRA Sindical foi realizada em Brasília, reunindo delegações de todas as entidades filiadas à Federação. O encontro tinha como principal objetivo deliberar sobre os pontos discutidos durante o Seminário Nacional de Carreira, realizado nos dias anteriores. No entanto, o que deveria ser uma oportunidade de avançar nas pautas da categoria, foi marcado pela frustração dos servidores técnico-administrativos em educação (TAE), que foram surpreendidos pela notícia de que o Governo Federal havia retirado quatro pontos essenciais previamente acordados para a finalização da greve que já durava mais de 100 dias.
Os quatro pontos retirados pelo Governo, que estavam presentes na minuta do Projeto de Lei, foram:
- Reposicionamento dos aposentados
- Criação do cargo de auxiliar em Educação
- Aceleração da carreira por progressão por capacitação
- Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC)

Segundo Wagner Pires, coordenador geral do SINTUFCE e delegado presente na Plenária, essa decisão do governo representa uma clara quebra do acordo estabelecido, o que gerou grande insatisfação entre os trabalhadores. Ele criticou a postura de parte da diretoria da FASUBRA, apontando a falta de firmeza ao enfrentar essa adversidade. “Retirar esses pontos é uma quebra do acordo com o Partido Governo. No entanto, o que a gente assistiu? Tivemos uma postura muito tímida de parte da diretoria em apontar o grande inimigo da categoria, no caso o governo, ao quebrar o contrato, enquanto buscavam ‘fantasmas’ para justificar as posturas irresponsáveis que vinham tomando nos últimos tempos”, afirmou Pires.
Para Pires, a solução está na mobilização das bases, que, segundo ele, estão prontas e dispostas a lutar pelos seus direitos e conquistas. Durante a Plenária, ficou claro que a força dos trabalhadores seria o principal fator para garantir a efetivação do acordo de greve. Nesse sentido, foi aprovada uma paralisação de 48 horas nos dias 16 e 17 de outubro de 2024, como forma de mostrar ao governo que a categoria permanece unida e disposta a defender seus direitos.
Wagner Pires também reforçou a necessidade de construir a mobilização nos campi da UFCA, Unilab e UFC, convocando os servidores dessas universidades para se engajarem nos atos de paralisação. “Serão dois dias de paralisação em outubro para que o governo sinta que a categoria está disposta a seguir na batalha aguerrida”, afirmou Pires.
Outro ponto crucial debatido na Plenária foi a discussão em torno do RSC (Reconhecimento de Saberes e Competências) para os TAE doutores. Por pressão dos delegados presentes, essa questão será levada às bases para deliberação. Wagner Pires ressaltou a importância dessa consulta, afirmando que “quem delibera pela FASUBRA são as bases”, e lembrou que as bases já deliberaram anteriormente pelo modelo de RSC utilizado pelo Incentivo à Qualificação (IQ).
Além das discussões de carreira, a Plenária também aprovou o documento intitulado “FASUBRA e os Desafios da Conjuntura Política”, que aborda oito temas de relevância para a organização e reflexão do movimento sindical. Entre os assuntos discutidos estão as eleições municipais de 2024, a democratização das Instituições Públicas de Ensino Superior, a crise climática, a luta contra a privatização das Universidades Estaduais de São Paulo, a situação na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a solidariedade ao povo palestino e o apoio ao mandato do Deputado Federal Glauber Braga.
Com informações da Fasubra