Os servidores técnico-administrativos em Educação (TAE), da Universidade Federal do Ceará (UFC) receberam nesta quarta-feira (5), o reitor da instituição, Custódio Almeida. O reitor falou para um auditório lotado, durante uma atividade organizada pelo Comando Local de Greve (CLG), em parceria com o SINTUFCE.
Durante a reunião, representantes do CLG entregaram uma carta direcionada ao presidente Lula, que deve receber os reitores das universidades federais na próxima segunda-feira (10), no Palácio do Planalto, em Brasília.
“A gente, como comunidade acadêmica, vê essa reunião com os reitores como uma oportunidade de estar lá, uma vez que entendemos que não existe uma mesa de negociação e sim uma mesa de imposição”, explica Elaine Teixeira, do CLG.
“Foi um momento ímpar. É a primeira vez que um reitor participa de uma atividade aberta com toda a comunidade acadêmica e, especificamente, com o Comando Local de Greve. Já houve outros momentos que ele recebeu representantes do CLG no gabinete, mas essa foi a primeira vez que ele foi ao encontro da comunidade acadêmica num ambiente mais aberto, mesmo que tenha sido no auditório”, avalia a coordenadora de administração e finanças do SINTUFCE, Alrineide Pereira.
“As pautas foram previamente acordadas no Comando Local de Greve, que eram pautas internas referente às demandas da categoria. E uma das pautas externas foi apresentada para ele, que foi a entrega de uma carta dos TAE para o presidente Lula”, explica.
O reitor falou que a universidade precisa criar fóruns permanentes de discussão política. Disse ainda que a greve está ligada a um assunto caro aos reitores: a autonomia financeira. “Não temos poder nenhum sobre o orçamento que a universidade precisa. A minha leitura é de que os reitores têm ciência da precariedade que as universidades estão vivendo. Estamos em uma conjuntura nacional complicadíssima. A disputa política fragiliza bastante a situação das universidades”, revelou, referindo-se às emendas parlamentares. “Enquanto essa situação não for resolvida não teremos total autonomia. Emenda de bancada tem um preço”, completou.
Custódio Almeida também se mostrou preocupado com a qualidade de vida dos servidores que trabalham na universidade. “Não penso em uma universidade que está completando 70 anos em que as pessoas que estão fora digam que ‘este não é o lugar que eu quero ir porque não tem oportunidade interessante para mim’”, disse. “Estou aqui para a UFC ser o melhor lugar do mundo para trabalhar”, garantiu.
Ainda durante o evento, ele respondeu a diversos questionamentos dos servidores, envolvendo questões como preço do RU, paridade, carga horária de 30 horas e PGD. Sobre a próxima mesa de negociação, o reitor da UFC se mostrou otimista. “Minha expectativa é que o governo seja propositivo”, aposta.