Relatório da reunião da Fasubra com MEC e MPOG do dia 7/8

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EM REUNIÃO CONJUNTA, REPRESENTAÇÃO DA CATEGORIA E GOVERNO PROSSEGUEM NEGOCIAÇÃO DA PAUTA DA GREVE

A reunião da representação do Comando Nacional de Greve da FASUBRA Sindical com o Ministério da Educação  (MEC)  e  Ministério  do  Planejamento,  Orçamento  e  Gestão  (MPOG),  realizada  no  dia  7 último, no prédio do MEC, contou com a presença do secretário de Ensino Superior, Jesualdo Farias, e o  assessor  de  gabinete  da Secretaria  de Relações  de  Trabalho/MPOG, Vladimir Nepomuceno.  Parte dos integrantes do CNG permaneceram em vigília em frente ao prédio.

O documento encaminhado à Federação pelo Ministério da Educação – resultado das negociações em reuniões anteriores, após avaliação do Comando Nacional de Greve, nos dias 31/07, 01 e 02/08  –  foi discutido ponto a ponto. Segundo a representação da FASUBRA, havia questões que foram suprimidas ou não estavam claras.

A federação cobrou para a próxima reunião celeridade dos órgãos internos do governo nos processos, para que haja  resposta a  itens como a Lei 12.772,  redefinição do artigo 18 referente  a  estruturação  do  Plano  de  Carreiras  e  Cargos  (está  na Secretaria  de  Gestão  Pública  – Segep)  e  as  Orientações  Normativas,  como  a  nº6  de  2013,  que  trata  da  insalubridade).  O secretário Farias  remeteu  alguns  pontos  para  o  MPOG  e  o  esforço  da  federação  foi  no  sentido  de modificar a posição negativa do governo a alguns itens, tais como a racionalização e a capacitação.

Dentre os pontos debatidos, o destaque foi para os seguintes aspectos da pauta de negociação:

Democratização

Há  resistência por parte do governo  em divulgar que o MEC  é  favorável a Conselhos Universitários paritários. De  acordo  com  Farias,  a  posição  é  de  que  o  processo  deve  se  encerrar  no  âmbito  das instituições, da autonomia universitária.

Plano de Capacitação

Há uma diferença sobre a posição anterior assumida pelo governo. De acordo com Farias, hoje são quatro mil  vagas para graduação  e  especialização. As  vagas para mestrado não  estariam previstas para  2016.  O  secretário  se  comprometeu  a  encaminhar  um  documento  detalhado  para  que  o Comando Nacional de Greve faça a avaliação.

Jornada de trabalho e controle de frequência

Será discutido na reunião do dia 12 de agosto, para tentar  fechar a portaria referente à redução de jornada de  trabalho em  turnos  contínuos,  sem  redução  salarial  (30 horas). Na  ocasião o  secretário afirmou que sobre o corte de ponto, o MEC sempre vai interceder para evitar o processo de retaliação ou de criminalização da luta dos trabalhadores.

“O  MEC  é  radicalmente  contra  todo  e  qualquer  tipo  de  perseguição  e  discriminação  dentro  das instituições federais”, disse Farias.

Resistência ao debate

Os dois pontos em que o governo permanece resistente em discutir são referentes aos aposentados e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). A FASUBRA continuará insistindo, segundo a representação.  De  acordo  com  o  assessor  de  gabinete  Nepomuceno,  os  servidores  públicos  são cedidos à EBSERH, conforme o contrato da empresa com as instituições.

Impacto financeiro será tema de reunião específica

A  FASUBRA manifestou que o  índice de 21,3%,  fracionado em quatro anos é  insuficiente.   “Temos que  trabalhar para  compensar a desigualdade que existe hoje no  serviço público  federal,  com uma pauta  específica  que  mexa  na  carreira  e  permita  uma  melhoria  salarial  da  categoria”,  disse  a representação da FASUBRA. O step é um dos pontos que a categoria reivindica com intensidade, e de acordo com a federação, isso tem que ser abordado pelo governo.

Nepomuceno  afirmou  que,  de  fato,  o  governo  está  revendo  a  posição  em  relação  aos  quatro  anos, após a rejeição da proposta pelos trabalhadores de todo funcionalismo público. De acordo com ele, o governo  trabalharia com a possibilidade de um reajuste em dois anos e deixou explícito que, mesmo em  dois  anos,  o  reajuste  seria  de  5,5%  em  2016  e  5%  em  2017.  Segundo  a  representação  da Federação,  é uma avaliação que  o governo ainda está discutindo e não uma proposta. As  reuniões setoriais  (com  outras  categorias  do  funcionalismo  público  federal)  serão  encerradas  no  dia  14  de agosto.

Próximas reuniões

Entre  o  dia  17  e  19  de  agosto,  haverá  uma  nova  reunião  com  a  FASUBRA  e  a  resposta  geral  do funcionalismo (uma rodada de negociações com a categoria), de quantos anos e em qual percentual ficará a proposta, e quanto é possível dispor para tratar da pauta específica da categoria. A federação propôs  definir  esse  percentual  a mais  para  realizar  simulações  e  solicitou  acesso  à  “folha  viva”  – folha real implementada a cada mês para saber a posição de cada trabalhador dentro dos padrões de vencimento e o que ele tem de incentivo de qualificação – para simular os impactos financeiros reais.

“Para não  ficar apenas  com os números  jogados pelo governo na mesa, mas precisar melhor esses dados, é importante termos essas informações da folha como parte do processo real de negociação”, afirmou a representação da FASUBRA.

O governo está disposto a negociar, caso o valor financeiro seja aplicado em step ou no piso salarial.

De acordo com a  federação, o  tensionamento, agora, refere-se ao valor desse montante. A FASUBRA afirmou que 10,7% não resolve a vida de ninguém em dois anos, portanto o percentual aplicado teria que ajudar a resolver a desigualdade.

A avaliação da Federação é de que o governo está nesse momento em uma política de tensionamento em relação aos  trabalhadores  técnico-administrativos. E segundo avaliação do governo, ele  trabalha para resolver a greve. Nas palavras de Nepomuceno, não faz sentido o prazo de 21 de agosto se a Lei de Diretrizes Orçamentárias não for votada até esta data. A possibilidade seria de fechar o projeto de lei  após  o  prazo  limite  ou  até mesmo  em meses  posteriores.  Na  ocasião,  o  assessor  de  gabinete afirmou que o governo não pretende que o prazo passe do dia 15 de setembro, embora não seja um tempo limitado.

O governo identifica que há duas categorias que estão com a greve intensa e uma delas, segundo os representantes da Federação, seria a categoria dos trabalhadores técnico-administrativos.

No dia 11 de agosto, acontecem atos nos estados para pressionar o governo a negociar. A FASUBRA considera  importante tais ações, que podem ser determinantes na hora de o governo definir se tem ou não uma proposta diferente da apresentada até o momento.

 

FONTE: Informe de Greve nº 4,  de 8 de agosto de 2015.

 

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