Nesta terça-feira, 25 de março de 2025, o STF analisa se aceita a denúncia da PGR, que aponta Bolsonaro e aliados mais próximos como responsáveis por tentativa de golpe de Estado.
Não restam dúvidas de quem em 08/01/23, houve a tentativa de golpe de estado, que, se tivesse obtido êxito teria lançado o Brasil novamente em um período de trevas. Milhares de bolsonaristas, extremistas de direita, neonazistas e outros grupos acampavam na frente dos quartéis e fechavam estradas desde a derrota eleitoral de Bolsonaro por não aceitarem o resultados das urnas.
Independente de sua posição política é necessário ter em mente que a democracia envolve respeito aos resultados eleitorais. Que o sistema eleitoral brasileiro, bem como as urnas eletrônicas, concorrem para transparência e segurando do voto. Sendo assim, as alegações de fraude visavam justificar a permanência de Bolsonaro no poder, de forma violenta.
Neste momento, parlamentares que apoiaram o golpe, articulam uma anistia para todos os envolvidos e para Bolsonaro. A tentativa de uma atentado a bomba, em Brasília, durante as festas de fim de ano, o ataque e o vandalismo na Praça dos Três Poderes, os graves indícios de que tudo fazia parte de um plano para depor o governo eleito, tudo isso, não pode ficar impune.
Pululam nas redes sociais historinhas sobre vovós, pais e mães que estão presas, por uma coisinha à toa, segundo aqueles que propagam essas narrativas. Não foi uma coisa à toa. Não foi pela quebra da vidraça, pela frase de batom vermelho na estátua, nem pelo côco dentro dos gabinetes do Supremo, que estão presos. Foi pela tentativa de golpe de Estado. E, sim, devem ser condenados pela tentativa, uma vez que se tivessem obtido êxito, estaríamos numa ditadura e quem estaria atrás das grades, dessa vez sem parlamentares para pleitear por anistia, pois estariam também presos, seriam aquelas e aqueles que, neste momento, buscam defender a democracia.
O SINTUFCE tampouco poderia escrever uma linha, caso os golpistas do 08/01 tivessem prevalecido. Seguiríamos lutando, afinal, faz parte da nossa história não se acovardar com espécie alguma de tirano, sejam interventores, ditadores ou bandidos de extrema-direita. Por isso, reforçamos que não deve haver anistia para tantos crimes.
O fato de que os criminosos da ditadura militar não terem sido julgados, por uma anistia concedida por eles mesmos, não permitiu que fosse criado em muitos brasileiros, o saudável, nas palavras de Ulisses Guimarães, ódio e nojo à ditadura. Por isso, os saudosistas da ditadura, os negacionistas e tantos outros apoiadores da barbarie de 1964 ainda maculam nossa sociedade. E essa mácula vai até mesmo no sentido de usar a frase “ainda estou aqui” título do livro e do filme que escancara a face criminosa e desalmada da ditadura, para tentar sensibilizar a opinião pública em relação aos golpistas, que buscavam implantar um novo regime de excessão. Desta vez devem ser punidos exemplarmente. Sem anistia é o pedido de uma sociedade que não apenas quer evitar novas ditaduras, mas que perdeu o medo dos tiranos. Que defende duramente que o sol da democracia siga brilhando, depois de ter ficado encoberto durante tanto tempo!