Terminou nesta semana a greve dos servidores técnico-administrativos em educação (TAE) da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade Federal do Cariri (UFCA) e da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
As três bases aceitaram a minuta do termo de acordo assinado entre o Governo Federal, através do Ministério da Educação e a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra). Todas as bases também aprovaram o retorno das atividades nesta quarta-feira, 3 de julho.
O Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (SINTUFCE) realizou assembleias gerais, juntamente ao Comando Local de Greve (CLG) de cada instituição. Os trabalhadores da UFCA e da UFC se reuniram na manhã desta segunda-feira, 1º, e os servidores TAE da Unilab nesta terça-feira, 2 de julho.
A luta não para!
“Fizemos uma grande greve de 110 dias para termos esse acordo e agora nós vamos fazer mobilizações até que esse acordo seja cumprido por inteiro”, afirma o coordenador geral do SINTUFCE, Wagner Pires.
“Ainda temos muito pelo que lutar. Até porque o acordo que o governo assinou com as entidades deixou muita coisa para a regulamentação em GTs que vão trabalhar até o final do ano. Por isso é preciso que a base não se desmobilize”, explica.
“É preciso que cada um esteja atento e atenda às convocações do sindicato para que a gente continue lutando e conquistando o que está no acordo. Só a luta de cada um é o que vai garantir que as coisas que estão no papel saiam do papel e venham para nossa carreira”, finaliza Wagner.
Reunião com reitores
O SINTUFCE vai formalizar a decisão dos trabalhadores através de ofícios e solicitar uma reunião com o reitor de cada universidade. Essas reuniões vão definir questões administrativas para o retorno às atividades sem prejuízo para os trabalhadores que fizeram greve.
O Sindicato pede para aos reitores o cumprimento da cláusula décima quarta da minuta do acordo que prevê que “a compensação do trabalho em decorrência do movimento grevista observará aspectos qualitativos, com a reposição das atividades represadas, conforme plano de trabalho a ser pactuado entre as entidades representativas da categoria e sua instituição”.
Conquistas da greve
Em greve desde 11 de março, os servidores TAE reivindicam a reestruturação da carreira e a recomposição salarial. O governo federal prometeu atender a maioria dos pontos que estavam na pauta de reivindicações.
Os servidores TAE terão reajuste de 9%, em janeiro de 2025, e de 5%, em abril de 2026, além dos ganhos de progressão que, a partir de 2026, serão de 4,1%, com redução do tempo para o avanço na carreira de 18 para 12 meses. Além disso, o governo aceitou a jornada de trabalho de 6 horas ininterruptas (30 horas semanais), sem redução de salário, a partir de 2025. O Executivo se compromete também a criar um sistema de Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) a partir de abril de 2026, entre outros pontos.
Leia minuta do acordo https://drive.google.com/file/d/15Sm1bLzPls-koGVUiQ2Lfy7Mny_kUY_e/view?usp=drivesdk
Fim do fundo de greve
Recurso financeiro para custear todas as atividades de mobilização, paralisação e greve da categoria, o fundo de greve não será cobrado no próximo contracheque dos filiados. Aprovado em assembleia, o valor da contribuição é de 1% sobre o vencimento básico, além da contribuição que já é feita pelo trabalhador.