Atendendo à orientação da assembleia geral da comunidade universitária, no último dia 8, com presença do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Ceará (Sintufce), o Conselho Universitário (CONSUNI) votou, por ampla maioria, em reunião realizada na quarta-feira, 14, contra a adesão da Universidade Federal do Ceará (UFC) ao Future-se, programa anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) que prevê mudanças na estrutura administrativa, no financiamento e na gestão orçamentária das instituições federais de ensino superior.
Os membros do Conselho decidiram entre duas propostas. Uma delas propunha acompanhar a posição tomada por servidores docentes, técnico-administrativos e estudantes em assembleia-geral. Na ocasião, os representantes votaram, por unanimidade, pela rejeição ao Future-se. Esta proposta obteve 21 votos no Conselho, contra 8 votos de outra que sugeria adiar para o dia 6 de setembro a decisão no CONSUNI.
Em seguida, o reitor da UFC, Henry Campos, pontuou os motivos pelos quais tanto a UFC, quanto a Universidade Federal do Cariri (UFCA) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE) colocam-se publicamente contrários à adesão ao programa do Ministério da Educação.
“O chamado Programa Institutos e Universidades Empreendedoras resulta em uma fórmula de gestão que, se implantada, descaracterizará completamente essas instituições, submetendo-as à lógica dos interesses privados”, pontuou o reitor.
Para a diretoria colegiada do Sintufce, a decisão representa uma vitória importante, alinhada com o pensamento e anseios da comunidade universitária. “Não permitiremos que nossa universidade seja entregue à iniciativa privada, por meio do projeto Future-se, que representa, na verdade, um grande retrocesso e vai de encontro aos ideais pelos quais lutamos de uma universidade pública, gratuita e de qualidade”, afirmou Keila Camelo, coordenadora Geral do Sintufce.
Leia aqui na íntegra a “Declaração dos reitores das instituições federais de ensino superior do Ceará”.