Os candidatos que disputam o cargo para reitor da UFC, mandato 2019-2023, Antonio Gomes de Souza Filho, atual pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFC; Custódio Luís Silva de Almeida, atual vice-reitor da UFC; e José Cândido Lustosa Bittencourt de Albuquerque, atual diretor da Faculdade de Direito da UFC, participaram na manhã desta quinta-feira (25), no Auditório da Reitoria, de debate realizado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (Sintufce).
O debate foi estruturado em cinco blocos, subdivido em: apresentação das propostas de cada candidato; sorteio de temas; debate entre os candidatos, com perguntas livres; perguntas do público; e considerações finais dos reitoráveis.
Os nove temas propostos pelo Sintufce foram direcionados de acordo com anseios dos servidores Técnico-Administrativos em Educação (TAEs) da UFC. Os assuntos abordaram: Flexibilização da Jornada de Trabalho na UFC e Conceito de Público; Paridade na Universidade UFC; Representatividade TAE em Comissões e em Cargos de Gestão da Administração Superior; Assédio Moral, Impunidade e Política de Remoção dos Servidores; Transparência nos Processos Decisórios dos Conselhos da Administração Acadêmica e Administração Superior; Alocação de Vagas – Dimensionamento de Pessoal e Gestão por Competência; Critério de Avaliação para a Administração Superior; Desenvolvimento, Aperfeiçoamento, Qualificação e Formação dos Servidores TAEs para Cargos de Gestão na Alta Administração; e Complexo Hospitalar – Manutenção da Jornada de Trabalho dos TAEs, Ambulatório dos Servidores, Ampliação do Quadro Médico e Relacionamento Direto Servidor/Reitoria.
O debate contou com a participação de cerca de 500 pessoas, entre servidores técnico-administrativos, docentes e discentes. Também estiveram presentes Augusto Teixeira de Albuquerque, atual pró-reitor-adjunto de Planejamento e Administração e vice do candidato Antonio Gomes; Davi Romero de Vasconcelos, atual diretor do Campus de Quixadá e vice do Custódio Almeida; e José Glauco Lobo Filho, diretor da Faculdade de Medicina e vice do Cândido Albuquerque. O evento foi moderado pelo jornalista Alberto Perdigão.
A consulta para reitor à comunidade universitária acontece no dia 08 de maio e a definição da lista tríplice pelo Consuni será no dia 20 de maio.
Perguntas Temáticas
Transparência nos Processos Decisórios dos Conselhos da Administração Acadêmica e Administração Superior – Antonio Gomes
“Mais do que um compromisso e obrigação de quem faz a Administração Pública é também um requisito legal que as instituições brasileiras se movimentem cada vez mais em direção da transparência em seus processos. A UFC se estruturou ao longo do tempo e na última gestão foram realizados avanços. Nós temos um plano de dados aberto e coordenado por um Comitê e boa parte destes dados e dos processos são disponíveis, logo, a UFC já trabalha neste processo de transparência, que pretendemos ampliar e qualificar. Em relação aos processos decisórios, entendemos que decisões tomadas nos Conselhos Superiores, Unidades Acadêmicas e Departamentos sejam amplamente publicizadas, defendemos isso e não tem o porquê de não serem divulgadas. Em relação a outros processos acadêmicos precisamos avançar bastante no que diz respeito, especialmente a categoria dos TAEs, a redistribuição de pessoal, que deve ser feita por meio de editais e critérios bem estabelecidos para que todos possam acompanhar como acontece essa dinâmica. Temos um passado qualificado nesta gestão e na Pró-Reitoria sempre nos esforçamos para que os processos fossem transparentes e, este conceito, vamos levar e transferir caso venhamos a ocupar o cargo de gestor maior desta Instituição”.
Paridade na UFC – Custódio Almeida
“Para se falar de proporcionalidade nas eleições para reitor da UFC, eu tenho a oportunidade de falar que quem reivindica a paridade está reivindicando valorização. Eu acredito que a valorização se dar em múltiplos campos de atuação para que uma discussão sobre proporcionalidade numa eleição para reitor seja pacificada. No final de 2018, fechamos o quadro de servidores técnico-administrativos em Educação da UFC com 730 mestres e doutores, são 148 doutores e 582 mestres. É obvio que um servidor que se ver interferindo na vida Universidade e participando ativamente de todos os seus processos, se ele entende que uma Coordenação de curso está fortemente em suas mãos, seja de graduação ou de pós-graduação, se as Pró-Reitorias, Secretarias e Administração Superior estão valorizadas pela presença, pela competência e pela habilidade dele, lógico que vai querer que a proporcionalidade seja discutida, olhada e mudada na UFC. É preciso que avancemos. Se eu for reitor, em 2020, a Reitoria vai puxar essa discussão. Não estou dizendo que a Reitoria vai assumir a paridade, não. Mas a discussão tem que ser feita e que se coloque na mesa as possibilidades e analise a legalidade, os normativos e as outras experiências que se tem pelo Brasil”.
Flexibilização da Jornada de Trabalho na UFC e Conceito de Público – Cândido Albuquerque
“Não existe dúvida de que há setores que precisam de flexibilização das 30 horas. Mas nós precisamos indicar para que lado nós vamos e o que a Reitoria quer, e não ficar sinalizando, de um lado para o servidor, e de outro lado para a comissão. Qual é a lógica do Ministério Público e do TCU sobre a flexibilização? Se não se pode generalizar, por que não se discute, o que para mim é fundamental, a possibilidade do servidor trabalhar parcialmente em home office, possibilitando a ele produzir muito mais e dentro do conforto de casa, já que toda empresa está fazendo isso e já temos uma instrução normativa disciplinando o assunto, então, pra que se criar uma tensão desnecessária dentro da universidade? ”.
Opiniões
“Foi um debate histórico, pois há anos não víamos a comunidade universitária tão interessada nos temas pertinentes à Administração Superior. Achei importante que o Sintufce se manteve neutro, apartidário e tudo foi conduzido com muito profissionalismo, fazendo com que a categoria conseguisse aprofundar os assuntos. Quem estava tendencioso a algum candidato, confirmou ou não depois deste debate. Também tivemos a oportunidade de ver quem estava mais preparado para este processo. Discordo do fato de não termos a paridade, mas estamos demonstrando que os servidores técnicos estão ocupando os espaços dentro da Universidade e que temos maturidade em cobrar aos nossos gestores, e que eles respeitem nossa categoria, pois somos qualificados e competentes”.
Ana Maria Simões – Secretaria de Governança/ Reitoria UFC
“O debate foi essencial para que os servidores verificassem de perto as reais propostas dos futuros reitores. A categoria TAE pode analisar em sentido amplo o que será melhor para a UFC, não se pensando individualmente, mas em coletivo”.
Cássia Araújo – coordenadora Jurídica do Sintufce
“O Sintufce teve o cuidado de estruturar o debate e levar os temas que mais refletissem os anseios dos nossos TAEs. Nosso sindicato sempre vai lutar pela paridade dentro da UFC, não só nas eleições para reitor, mas dentro de todos os setores da Universidade, porque nossa categoria é competente para assumir qualquer cargo. Queremos que essa discussão seja analisada e retomada, e que o futuro reitor enxergue o servidor técnico como protagonista nos avanços da Universidade”.
Keila Camelo – coordenadora Geral do Sintufce
“Em relação à organização, estrutura, escolha dos temas e apresentação foi tudo impecável, o Sintufce está de parabéns! O debate foi importante para que eu pudesse fechar definitivamente o meu voto. Acredito que quem estava indeciso conseguiu definir sua escolha após o debate. Um momento fundamental em termos de processo democrático”.
Camila Farias – Divisão de Gestão de Moradia (Digem)/Prae
“Apesar de não termos o processo paritário na UFC, o Sintufce teve a preocupação em preparar esse evento para que os reitoráveis pudessem expor suas propostas, com discussão de perguntas livres entre eles, a fim de auxiliar os servidores na escolha de quem melhor represente a Universidade, em especial os TAEs. O sindicato teve todo o cuidado para que o debate ocorresse dentro da imparcialidade e acredito que ele foi um divisor de águas para aqueles que precisavam definir seu voto. Esse debate foi só início de uma discussão sobre a importância do servidor técnico dentro da Universidade. Iremos retomar nossa bandeira de luta para que nossa categoria seja reconhecida merecidamente em todos os campos que atua, que possa assumir cargos de gestão, na alta administração, onde for necessária sua presença para o desempenho de atividades de alta competência e qualificação”.
Alrineide Pereira – coordenadora de Comunicação do Sintufce
VEJA O VIDEO COM A AVALIAÇÃO DOS REITORÁVEIS E DOS SERVIDORES SOBRE O DEBATE