O Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (Sintufce) promoveu, na noite de ontem (20/02), no auditório da sua sede administrativa, uma roda de conversa sobre o processo de consulta para reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), que acontece ainda no primeiro semestre deste ano.
O bate-papo abriu espaço para os servidores técnico-administrativos em Educação e alunos da UFC se posicionarem contra o modelo de consulta adotado pela Universidade para escolha de reitor, que estabelece a regra de votos com pesos diferentes para as três categorias que compõem a comunidade universitária: docentes com 70%, servidores técnicos com 15% e alunos também com 15%.
A coordenadora Geral do Sintufce, Keila Camelo, levantou questionamentos em relação à autonomia universitária e disse que “é vergonhoso a UFC, uma Instituição que ocupa a primeira posição como melhor universidade do Norte e Nordeste, ainda se render a uma consulta que não estabelece paridade entre os votos de técnicos, docentes e alunos. É lamentável ver que a UFC não progrediu neste aspecto, enquanto muitas universidades brasileiras irão manter o processo paritário, a UFC, ainda, nem evoluiu ao ponto de ter um processo deste tipo. Precisamos de um gestor que se preocupe mais com os anseios dos TAEs”, destacou.
Daniel Fonseca, servidor da UFC, falou sobre a Universidade não respeitar nem os 15% de representação no Conselho Universitário (Consuni). “Atualmente, temos a representação de apenas três técnico-administrativos no Consuni, isso significa apenas 8%, teríamos que ter uma representação de cinco TAEs, nem os 15% são respeitados”, ressaltou.
Francisco Amisterdam, aluno de pós-graduação do curso de Geografia da UFC, disse que “é fundamental mobilizar os estudantes para este debate, eles precisam discutir com os servidores as pautas democráticas da universidade, e paridade é uma delas. Lembro que na época em que o professor Jesualdo foi reitor da UFC, quando os alunos se mobilizavam, ele sempre atendia para discutir as propostas. Então, vamos resgatar essas estratégias de mobilização, vamos unir a comunidade universitária e levar o assunto para debate”.
A coordenadora de Campi do Sintufce, Ana Hérica Brasil, falou que “a paridade é uma luta nacional da categoria, é quase como um princípio para os TAEs. O Sintufce não pode se posicionar a favor de nenhum candidato, mas tem obrigação de chamar sua base para conversar sobre o assunto, a fim de que os próprios TAEs exijam que a democracia seja exercida. O perfil do servidor técnico hoje é diferente, temos mestres e doutores atuando nestes espaços e contribuindo para o crescimento da universidade, é justo que exista isonomia entre as categorias”. Hérica ainda citou o exemplo da eleição para diretor nas escolas estaduais do Ceará. “O voto é universal, ou seja, tem o mesmo peso para estudantes, professores e servidores, e este cargo também é de confiança, indicado pelo governador do Estado. Por que na universidade nós não temos esta paridade? Indagou.
Como encaminhamento desta reunião, o dia 26 de fevereiro foi escolhido para o próximo encontro, com objetivo de formular um cronograma de ações nos Campi da UFC. O Sintufce ficou responsável em convocar sua categoria, alunos e docentes que queiram debater sobre o processo de consulta para reitor da UFC. A roda de conversa será às 18h, no auditório do Sintufce (Rua Waldery Uchôa, 50, Benfica).