Atividade foi realizada no último dia 15 de fevereiro, em Redenção
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Ser ouvido, participar das mudanças, modificar e melhorar os processos de trabalho. É o que querem os técnico-administrativos em Educação (TAEs) da UFC, da Unilab e da UFCA. Essas grandes universidades contam, hoje, com uma força de trabalho consciente de sua importância e daquilo que pode oferecer. O sentimento de ser subutilizado e de ter suas necessidades básicas ignoradas, entretanto, é o que há de mais presente nos relatos dos servidores ao Sintufce.
Nos últimos dias 15 (segunda-feira) e 17 de fevereiro (quarta-feira), a diretoria do Sintufce esteve, respectivamente, com trabalhadores da Unilab e da UFCA. Na pauta, reivindicações locais, cujas lutas foram fortalecidas na última greve, em 2015. Em ambas universidades, os servidores continuaram organizados, após a greve, em Grupos de Trabalho (GTs), em um esforço para que as atividades do dia a dia não desmobilizem a categoria e os esforços iniciais não seja perdidos.
UNILAB
Na Unilab, os TAEs estão organizados em quatro GTs cujas tarefas estão estrategicamente distribuídas para que demandas relacionadas a formação e organização sindical; participação política institucional; carreira; e condições de trabalho/infraestrutura sejam encaminhadas. Segundo Ana Hérica, servidora da Unilab, o trabalho está focado em soluções listadas a partir da seguinte pergunta: “o que podemos fazer para modificar essa realidade?”. Ela defende que o momento é de focar nas estratégias já elaboradas “para que nossos problemas sejam corrigidos. Já temos um plano de ação para ser aprovado pela categoria e colocado em prática”. Segundo ela, o momento é de mobilizar mais pessoas, fortalecer os GTs e trabalhar para a conquista das reivindicações locais. “Precisamos nos reorganizar e agir. Não podemos ser uma categoria apenas reativa”, destacou.
Atualmente, o principal desafio para a mobilização dos TAEs em Redenção tem sido vencer a desmotivação. Os trabalhadores relataram que estão “assoberbados de atividades, afogados de serviços” e frustrados com o modelo de gestão da Reitoria da universidade. “A Unilab, hoje, motiva o servidor a estudar para outro concurso. Estamos meio que abandonados”, relatou um TAE presente. Dentre os principais problemas enfrentados, diariamente, pelos trabalhadores estão os decorrentes da ausência do poder público municipal, estadual e federal.
Em esfera municipal, a especulação imobiliária faz das poucas moradias disponíveis para aluguel/venda inacessíveis pelos altos preços cobrados. Não há também investimentos em transportes coletivos, para maior número e conforto e menor tempo de espera. Em nível estadual, não há investimentos perceptíveis na cidade que a faça se desenvolver e ter melhor infraestrutura para receber tantos servidores públicos e estudantes brasileiros e estrangeiros. Em relação ao governo federal, os baixos salários, reajustes aquém da inflação e modelo de administração que sucateia a universidade por meio da redução de verbas e da indicação de reitores sem habilidade para gerir pessoas.
As denúncias foram unânimes. Os relatos foram vários. Podemos listar alguns: “Os técnicos estão aqui conscientes de que é temporário e estudando para outros concursos. Isso atrapalha ele ou ela a viver a universidade. Há uma desmotivação gritante aqui dentro da Unilab”; “Não há programa algum de retenção de talentos. O tempo que leva para o servidor aprender o trabalho e dar resultados é grande e se perde quando este sai ao obter aprovação em outro concurso”; “Você começa a se decepcionar na recepção aos novos servidores. Recebemos apenas um papel. Não apresentam nem os setores da Unilab”; “No ambulatório daqui, não podemos ser atendidos, somente os estudantes”; “Há falta de perspectivas de mudanças”; “Os técnicos não fazem parte do processo de construção. Não se sentir fazendo parte é o mais desmotivador. Quanto mais capacitado você for, mais você fica frustrado em não poder contribuir mais”.
30 HORAS NA UNILAB
Na Unilab, a biblioteca funciona de domingo a domingo, das 9h às 17h. “A gestão teve uma ideia moderna. Viajou para outros estados para conhecer outros modelos de funcionamento de bibliotecas. Quando se trata de melhorias para os trabalhadores, no entanto, não há acordo”, relatou um dos presentes. A resistência à redução da jornada dos servidores para 30 horas é mais forte na Unilab, dentre as três universidades.
Para servidora do HUWC Keila Camelo, coordenadora Geral do Sintufce, “a Unilab é um projeto diferenciado, mas dentro de um contexto de uma política de desmonte do serviço público que desestimula o servidor a permanecer. Tudo isso orquestrado pelo atual governo, que têm entregado o serviço público para a privatização. Um governo que tem o discurso de desenvolvimento, fala de interiorização e expansão das IFES, mas que esquece dos atores principais desse processo, aqueles que farão isso acontecer”.
Keila conta que “encontramos esta mesma realidade no Cariri, em Sobral, Russas, Pentecoste. Paralelo à propaganda, há um desmonte da Educação, com corte de R$ 9 bilhões, retirando direitos, achatando salários. Mas, nós vamos desistir? Se desestimular da luta é a saída? A saída é cobrarmos mesmo!”.
A diretora relatou como se deu a vitória das 30 horas no HUWC e na MEAC e destacou que o Sintufce também conquistou o atendimento aos servidores da Saúde em ambulatório funcionando em atenção a esse público. “Com muita luta, conseguimos um ambulatório para os servidores da UFC”, contou, assegurando que o Sintufce buscará essa atenção por parte da Reitoria da Unilab aos TAEs em Redenção.
CHOQUE DE GESTÃO
José Raimundo, coordenador Geral do Sintufce, propôs a realização de um grande seminário para a discussão e busca de soluções efetivas para os problemas constatados. “Precisamos reunir gestão da Unilab, comunidade externa e interna e sindicato. E, a partir disso, expôr que não é feito nem o mínimo pelo Estado e pelo Município. Precisamos promover um choque de gestão para chamar a atenção de todos e sensibilizar para essa situação, que é terrível. O servidor depende de uma infraestrutura que deveria ter chegado primeiro, antes do trabalhador”, propôs.
PARALISAÇÃO DIA 24 DE FEVEREIRO
O coordenador de Formação Sindical do Sintufce, Joselito Alves, deu os informes aos servidores acerca da paralisação do dia 24 de fevereiro. “Na data, nacionalmente, os servidores realizam atividades como parte da luta contra a PEC 395/14 (cobrança dos curso de especialização nas IFES), a privatização dos hospitais universitários; a adesão ao FUNPRESP; e a reforma da previdência”, disse.
Em Fortaleza, foi promovida a paralisação dos serviços no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) e na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC). Houve concentração em frente à MEAC, durante todo o dia, com Ato e ação social para usuários do hospital e da maternidade.
O objetivo da programação foi o de denunciar para a população os problemas decorrentes da entrega pela UFC do hospital universitário e da maternidade-escola; divulgar a luta pela revogação da lei nº 12.550/2011, que criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh); e se manifestar contra a cessão dos trabalhadores estatutários à Ebserh.
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