A gestão atual do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (SINTUFCE) informa à sua base que, mesmo após ter encaminhado uma proposta factível de reajuste ao plano de saúde coletivo administrado pela Hapvida, a operadora recusou o pedido e decidiu manter o índice de aumento em 32,5%. Diante dessa negativa, a expectativa é de que a nova Diretoria Colegiada, que tomará posse nesta segunda-feira, 30, solicite reunião com a empresa para dar continuidade às tratativas e defender os interesses da categoria.
A informação sobre a decisão unilateral da Hapvida foi divulgada pela administradora Affix, por meio de e-mail enviado à direção do SINTUFCE. No comunicado, a Affix afirma que a operadora alegou um alto índice de sinistralidade — atualmente em 135,94% — para justificar a negativa e sustentar o reajuste elevado.
“A operadora não acatou a proposta de redução apresentada pela administradora, justificando que o índice de sinistralidade do contrato, atualmente em 135,94%, está significativamente elevado, inviabilizando qualquer redução e comprometendo o equilíbrio financeiro contratual.”
Histórico de enfrentamento
A tentativa da Hapvida de impor o reajuste de 32,5% não é novidade. Em 2024, o SINTUFCE já havia enfrentado uma proposta inicial de aumento de 40,83%, considerada inaceitável pela entidade. Após intervenção da administradora e ação judicial movida pelo sindicato, a operadora recuou e aplicou, de forma unilateral, um reajuste de 21%.
Mesmo com essa redução parcial, o SINTUFCE decidiu manter o processo judicial, por considerar que o percentual aplicado ainda era abusivo. A Justiça determinou a realização de perícia técnica para apurar a justificativa da operadora.
“Não concordamos com o aumento abusivo de 32,5% e, por isso, acionamos o nosso jurídico para tomar as tratativas legais cabíveis”, declarou à época a coordenadora de Administração e Finanças do sindicato, Cássia Araújo.
Próximos passos
Com a mudança de gestão se aproximando, a diretoria atual comunica que caberá à nova direção do SINTUFCE retomar as tratativas com a Hapvida. A expectativa é de que, com diálogo, pressão institucional e, se necessário, via judicial, o sindicato continue defendendo reajustes justos e o acesso à saúde sem comprometer a renda dos servidores técnico-administrativos em educação (TAE).
Além disso, o SINTUFCE segue em contato com outras operadoras de saúde, na busca por alternativas mais vantajosas para sua base.
