Trabalhadores terceirizados da UFC paralisam atividades contra atrasos salariais e recebem apoio do SINTUFCE

Assembleia UFC 09 de junho de 2025 (35)

Na manhã da última segunda-feira (9), trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da limpeza da Universidade Federal do Ceará (UFC) iniciaram uma paralisação em protesto contra os sucessivos atrasos de salários, vales-alimentação e vales-transporte. A mobilização, que teve início com uma concentração em frente à Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PRAE) e seguiu com ato na Reitoria, contou com o acompanhamento do Sindicato Geral Autônomo da Educação do Ceará (SIGAE-CE), que representa parte da categoria.

Os profissionais terceirizados são contratados pela empresa LDS, responsável pela prestação dos serviços de limpeza e zeladoria na universidade. Segundo relatos dos trabalhadores, os atrasos vêm se repetindo desde fevereiro, gerando insegurança financeira e comprometendo as condições mínimas de vida de quem garante o funcionamento essencial da UFC.

Antes da paralisação, um ofício foi enviado tanto à empresa LDS quanto à administração superior da universidade, solicitando uma reunião para tratar da situação. Sem retorno, a paralisação foi aprovada em assembleia da categoria, como forma de pressionar por uma solução imediata e duradoura.

Durante a assembleia dos servidores técnico-administrativos em educação (TAE) da UFC, realizada também na manhã de segunda, o estudante Ítalo, do curso de Ciências Sociais da UFC e integrante do SIGAE-CE, esteve presente e relatou a situação vivida pelos terceirizados. Ele destacou a urgência de medidas por parte da universidade e a necessidade de responsabilização da empresa LDS. Segundo ele, o SIGAE-CE também cobra que a administração da UFC aplique multa contratual à empresa e considere a convocação de outra empresa classificada no edital de licitação, diante da reincidência nos atrasos.

terceirizados

Apoio do SINTUFCE

Em nota pública divulgada em seu site oficial no dia 14 de maio, o SINTUFCE manifestou solidariedade à paralisação e reafirmou sua posição crítica à política de terceirizações nas universidades públicas. A entidade ressalta que, embora a gestão universitária tenha entre suas atividades-fim o ensino, a pesquisa e a extensão, o pleno funcionamento da universidade também depende das atividades de apoio, como limpeza e manutenção, desempenhadas por profissionais terceirizados que, infelizmente, não desfrutam do mesmo vínculo institucional nem das garantias dos servidores efetivos.

A nota ainda destaca que a terceirização acentua a precarização do trabalho, especialmente em contextos de crise orçamentária agravada por políticas de austeridade impostas pelo governo federal. “Sem o serviço e a dedicação desses trabalhadores, a vida na UFC se torna insalubre”, aponta o texto.

A moção de apoio foi aprovada em assembleia da categoria TAE no dia 6 de maio de 2025 e pode ser acessada na íntegra através do site do sindicato, no link:
https://www.sintufce.org.br/por-uma-ufc-de-todas-as-trabalhadoras-e-trabalhadores-mocao-de-solidariedade-as-companheiras-e-companheiros-que-atuam-na-ufc-em-atividades-terceirizadas/ 

O SINTUFCE reafirma seu compromisso com uma universidade pública que valorize igualmente todas as pessoas que constroem cotidianamente o espaço acadêmico, independentemente do tipo de vínculo contratual. A luta pela dignidade no trabalho é uma luta de toda a classe trabalhadora.