SINTUFCE participa de 2ª etapa do Seminário Online para Planejamento de Lutas em 2022

O Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (SINTUFCE – Gestão Lute) participou, na tarde desta quarta-feira (02), da segunda etapa do Seminário Online do Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará para Planejamento de Lutas em 2022. A 1ª etapa do encontro virtual, realizada no dia 19 de janeiro, teve como temas centrais a luta pelo reajuste do serviço público e o enfrentamento das PECs no Congresso Nacional. Na continuação do debate, a pauta foi a defesa do serviço público nas eleições de 2022, além de questões organizacionais do Fórum. O encontro reuniu representantes de quase 20 entidades, dentre elas o SINTUFCE.

Luis Carlos Paes de Castro, diretor do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal – Fortaleza), iniciou o debate destacando que o país vive uma crise em todos os setores, principalmente econômica, agravada pela crise sanitária. Segundo ele, este cenário atinge com ainda mais força os países e as pessoas de menor poder aquisitivo. “Enquanto isso, aumentaram a concentração de renda e o número de bilionários; e se aprofundaram as diferenças sociais”. Além disso, reforça Paes, o Brasil vive num cenário de um governo que não tem compromisso com um projeto nacional de desenvolvimento. “Muito pelo contrário: Quer destruir a indústria, o mercado interno, os salários e os direitos trabalhistas”, critica.

Diante disso, o sindicalista considera que, para reverter esta onda de “nação semidestruída”, é necessária a unidade popular. “Precisamos andar de braços dados. Demandas justas como as das mulheres, dos índios, negros, comunidade LGBTQIA+ e servidores, por exemplo, devem ser consideradas nas discussões dessas eleições. Só o voto poderá nos garantir uma mudança de rumo. Precisamos discutir esse projeto com todos os candidatos, tanto das eleições majoritárias quanto das proporcionais, que são tão importantes também, para a gente possa influenciar mais pessoas e derrotar esse atual projeto antinacional, antipopular e antidemocrático. Cabe a nós construirmos uma força politica ampla, com centro no campo democrático e progressista, em torno de um projeto de salvação e recuperação nacional”, ratifica,

Força e importância das bancadas parlamentares

Iderlândio Morais, diretor de comunicação do Sindjustiça-Ceará, também ressaltou a importância das eleições deste ano para servidores, trabalhadores, sociedade civil e o povo brasileiro em geral. Apresentando dados sobre os números da atual configuração no Congresso Nacional, ele destacou que atualmente existe uma “crise de representatividade” dos trabalhadores no parlamento brasileiro. “Enquanto avança o número de deputados e senadores da ala conservadora, diminui os representantes da classe trabalhadora”, confirma. Para ter uma ideia, 40,75% dos parlamentares (deputados federais e senadores) fazem parte da bancada empresarial; 34% são da bancada ruralista; 15,49% compõem a chamada bancada evangélica, enquanto 11,78% são os da bancada da bala. “Apenas 6,73% dos parlamentares são representantes sindicais”, lamenta Morais.

Segundo o diretor do Sindjustiça, toda a movimentação em torno da PEC 32 mostrou a importância e a necessidade de reverter esse quadro. “Precisamos, mais do que nunca, eleger uma bancada forte, com representantes identificados com as nossas bandeiras e, a partir daí, construirmos alternativas que sejam viáveis, populares e engajadas para este enfrentamento”, defende Iderlândio.

Organização do Fórum

Após a apresentação dos convidados, foi iniciada uma segunda parte do encontro, onde foram apresentadas questões referentes à organização, comunicação e financiamento do Fórum Permanente em Defesa do Serviço Público – Ceará. Segundo o coordenador José Vital, em maio de 2020 apenas 8 entidades faziam parte do Fórum, enquanto atualmente são 22. Dentro das diretrizes de atualização, com proposições e ações, ele sugere a inclusão de novas entidades, principalmente fora da capital, “valorizando o Interior e transformando de fato a instituição em algo estadual”. Há ainda a busca em ampliar o diálogo com Conselhos Profissionais; a indicação de que cada entidade que faça parte do Fórum sugira a inclusão de, pelo menos, uma nova entidade; além da renovação da coordenação com novas lideranças.

Na área da Comunicação, Vital propõe ampliar a transmissão das ações do Fórum com a participação de mais entidades e mais canais, incluindo Facebook, Instagram e Youtube; a produção de vídeos semanais onde as entidades apresentem suas demandas e possam ser compartilhados e amplificados pelas demais entidades que compõem o Fórum; vídeos também semanais dando voz aos cidadãos, onde as pessoas falariam sobre a importância do serviço público, por exemplo. Sobre finanças, as sugestões são reajustar a contribuição de cada entidade; garantir que membros que participam, mas ainda não contribuem financeiramente passem a contribuir e ainda buscar novas entidades que colaborem neste projeto.

O encontro virtual abordou ainda o tema da escolha de novos coordenadores do Fórum. A proposta é que cinco representantes possam fazer parte desta coordenação. Nesta discussão inicial, deverão compor a nova direção um representante do SindiReceita, um representante do Judiciário Federal, um indicado pelos servidores da saúde e ainda a indicação de alguém da Educação, que deverá ser definido após reunião realizada com representantes da Adufc, SINTUFCE, Sinduece e Sindsifce.