A solução é política!

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Todas e todos têm acompanhado o vertiginoso aumento de preços, a explosão do custo de vida e a perda do poder de compras dos salários. Desde o golpe institucional de 2016, as trabalhadoras e trabalhadores têm visto suas condições de vida e de trabalho piorarem. A resposta que os governos de direita e o atual de extrema direita têm dado é uma só: destruição de direitos. Na cabeça deles, em um cálculo macabro, desfazer toda proteção social às trabalhadoras e trabalhadores iria diminuir a penúria, mas depois de Teto de Gastos, Reforma Trabalhista, Reforma da Previdência e dos ataques aos serviços públicos, o país afundou ainda mais na lama. E não poderia ser diferente. O Estado sempre foi o maior indutor de desenvolvimento do Brasil e, com as políticas sociais dos governos progressistas, também foi o maior indutor de justiça social.

O que se fez nos últimos anos foi virar totalmente a ação do Estado para os interesses do mercado, principalmente financeiro, levando os recursos públicos a financiar a banca internacional, em uma jogatina espúria, onde o grande prêmio é a destruição do povo brasileiro. Por isso, a política de preços da Petrobrás está aí, enriquecendo alguns, enquanto encarece o transporte e a comida na mesa dos brasileiros. Em um exercício de tapar o sol com a peneira, culpou-se os governadores e o ICMS e, agora, cometeu-se mais um crime, ao aprovarem uma lei que diminui o ICMS, reduzindo a arrecadação, que vai repercutir em menos saúde, educação e segurança para o povo trabalhador.

Em troca da diminuição de centavos, veremos fechar escolas e hospitais. Concordamos que os impostos são altos, mas estes o são porque nós, da base da sociedade, pagamos a maior parte deles, embutidos nos preços. Daí a lógica deve ser invertida: que os ricos paguem mais impostos, os grandes rentistas, os senhores do Brasil, cujos antepassados desembarcaram das caravelas para sugar a vida das trabalhadoras e trabalhadores e hoje espoliam o Brasil dos seus jatinhos, enquanto dão voltas ao mundo.

No entanto, alguns ainda querem fazer o jogo dos inimigos das trabalhadoras e trabalhadores não querem que o sindicato fale de política. Lembrem amigos, que foi justamente essa situação que nos trouxe aqui. Porque se nós não fazemos política, uma política nossa, eles lá não param de fazer a política deles. A diferença entre uma política e a outra é que nós queremos colocar pão nas mesas dos que trabalham e lá se faz política para espoliar a nação e deixar os ricos ainda mais ricos. Não podemos odiar  ou sermos indiferentes à política porque esta é parte do que nos faz humanos. Temos, sim, que fazer a política e não deixar que seja feita pelos profissionais, em seus palácios. Vamos fazer política nos sindicatos, nas universidades, nas ruas e nas lutas para melhorar nossa vida!

Toda a crise que vemos aí é culpa de Bolsonaro e seus aliados. Do chamado “centrão”, que nada mais é que um grupo de políticos oportunistas, que legislam em causa própria, trocando benesses para si pela miséria para o restante da população. Por isso, a tarefa do SINTUFCE e de todas as trabalhadoras e trabalhadores é derrotar essa gente nas urnas. Manter as lutas, ocupar as ruas, dizer não às medidas de espoliação dos trabalhadores e, em unidade com os trabalhadores do campo e das cidades, com os servidores públicos e com todos os oprimidos, dar um basta na rapina!

 

Como estão nossas Universidades?

Depois de pouco mais de uma década de crescimento, com a implantação de diversos campi nas cidades do interior cearense e a criação de duas universidades federais em nosso estado, percebe-se que esta expansão vem sendo ameaçada. Desde que assumiu seu governo, Bolsonaro e os ministros da Educação adotaram um tom beligerante contra nossas universidades, externando diversas vezes que a Universidade não deveria ser de todos, mas para poucos, para uma “elite”. Com concepções sobre Educação Superior que parecem ter saídos dos calabouços medievais, Bolsonaro foi atacando, cortando e constrangendo. Nomeando interventores, desprezando a democracia interna das instituições e a própria autonomia universitária.

A situação em nossas universidades é cada vez mais precária. Cortes profundos, concursos insuficientes, que já refletem na falta de técnicos e educação em diversos setores, têm feito as condições de trabalho dos TAE se deteriorarem. Carga de trabalho excessiva, assédio moral e insegurança passaram a ser cada vez mais presentes no cotidiano dos servidores. No entanto, a categoria seguiu em suas funções não permitindo que as atividades fossem interrompidas, mesmo durante a Pandemia do COVID-19.

Agora, no retorno presencial soma-se a insegurança sanitária, com setores inteiros adoecendo e tendo que voltar ao trabalho remoto e com companheiras e companheiros expostos ao Coronavírus. Graças ao SUS e à vacinação, a maior parte dos casos tem sido leve. Não podemos agir como negacionistas e tratar o tema como se não existisse. Ele está aí e precisamos de cuidados redobrados!

E como fazer isso diante de tantos e tão profundos cortes? Como justificar que as Universidades cearenses que se colocaram na linha de frente contra o coronavírus tenham sido alvo da tesoura irracional de uma equipe econômica que só defende os lucros do mercado financeiro? Bolsonaro, continuamente, nos lembra do seu desapreço pela Educação e, em especial, pelas UNIVERSIDADES. Em seu orçamento secreto, destina milhões para negociatas com Centrão, ou em medidas eleitoreiras, mas para as universidades e a ciência como um todo sempre planeja mais cortes e contingenciamentos. Isso desde que assumiu em 2018. Para 2022, esses foram os valores bloqueados, até o momento do fechamento desse boletim:

VALOR APROXIMADO DOS BLOQUEIOS

UFC

R$ 30 milhões

UFCA

R$ 4,1 milhões

UNILAB

R$ 5,2 milhões

Dessa forma, a ações de ensino, pesquisa, extensão e cultura das nossas universidades são afetadas, com diminuição e até encerramento de atividades. Não podemos assistir a este retrocesso sem fazer nada. De norte a sul do Ceará, é preciso defender a universidade e chamar a toda a comunidade acadêmica a se manifestar contra o governo Bolsonaro, que, mais que qualquer outro, é inimigo da universidade pública.

Precisamos que a UNIVERSIDADE seja guiada por toda a comunidade, de forma paritária, tanto nas eleições para reitor, quanto em seus conselhos deliberativos! Que as eleições sejam respeitadas, fazendo com que a vontade da comunidade prevaleça, dando posse aos reitores legitimamente eleitos! Precisamos ampliar a participação de técnicos e técnicas, bem como dos discentes nas decisões sobre os rumos da universidade, uma vez que acreditamos que todas e todos que compõem a comunidade acadêmica, com seus saberes, experiências e criticidade podem construir coletivamente uma universidade de todas e todos!

 3 Fora Bolsonaro

E as servidoras e servidores?

Como se não bastasse o desmonte de nossas universidades, cada servidora e servidor vê se ampliando as dificuldades financeiras. Nossa categoria está sem reajuste desde 2017! Não fosse o PCCTAE, muitos de nossos camaradas estariam amargando dificuldades ainda maiores. No entanto, temos encontrado empecilhos cada vez maiores para afastamentos e para a busca de qualificação, pois são cada vez maiores as exigências burocráticas para a solicitação desses direitos, além da limitação do número de servidores que podem solicitar afastamento.

Durante a pandemia, o governo não deixou de nos atacar ao cortar auxílios e a insalubridade, na prática, obrigando as servidoras e servidores atingidos a se expor ao risco do vírus e se deslocar ao local de trabalho. As ações do nosso sindicato na Justiça foram todas derrubadas em tempo recorde, mostrando o quanto esse governo é ágil em prejudicar os servidores. Apesar de tudo isso, seguimos na busca de soluções para a categoria.

No Complexo Hospitalar, a EBSERH foi ainda mais perversa, ao retirar até mesmo o cafezinho e a alimentação dos servidores em plena pandemia, sem falar na constante ameaça às 30h dos profissionais do HU e da Meac, sempre ameaçada, porque a EBSERH, diferente do que assegurou no contrato em que assumiu a gestão do Complexo, não dispõe de pessoal suficiente para as necessidades das unidades de saúde da nossa UFC.

Quanto às aposentadas e aposentados, o quadro é ainda mais difícil, pois boa parte deles não teve nenhum aumento em seus benefícios e ainda viu a inflação onerar ainda mais seus gastos com saúde, seja medicação, seja com planos de saúde. Sem falar da farra dos bancos, que ofertam os consignados e abocanham parte do rendimento destes, de onde muitos não veem perspectivas de sair. Infelizmente, mesmo alguns ativos também convivem com esta situação. Com juros e práticas abusivos, fica difícil sair dessas dívidas, muitas vezes contraídas para arcar com as despesas cada vez maiores em casa e com a família.

Os TAE desejam discutir melhorias em sua carreira, com a possibilidade do Teletrabalho, em bases que garantam o mesmo como um direito conquistado e não como simples ferramenta de gestão de desempenho. Querem poder imprimir, nas universidades, seus sonhos e desejos, uma vez que a UNIVERSIDADE deve permitir as mudanças necessárias para que os técnicos e técnicas e a própria instituição possam transformar-se continuamente. Queremos um ambiente de trabalho saudável e desafiador, que nos estimule a criatividade e o pertencimento à instituição. Um ambiente onde seja possível ser feliz!

Nossa categoria espera ser reconhecida em suas contribuições para o Ensino, a Pesquisa, a Extensão e a Cultura que se desenvolve em nossas universidades e para isso defende a Paridade não apenas nas eleições para reitor, mas em todas as consultas realizadas nas mesmas e nas órgão colegiados e deliberativos de nossa universidade! A Universidade mudou e não pode mais ser concebida com base em formulações do passado, que a despeito de técnicos e discentes, concentrava suas decisões nas mãos dos docentes! Precisamos aprofundar a democracia universitária e defender que os resultados das consultas sejam respeitados!

 

Levantar nossas bandeiras fortalecer o SINTUFCE

Neste contexto, o nosso sindicato é ainda mais fundamental. Ferramenta de luta dos Técnico-Administrativos em Educação em todo o Ceará, essa entidade continua em guarda, na defesa dos nossos direitos e das nossas universidades.

Incansável durante a pandemia, fornecemos EPI’s, visitamos os locais de trabalho, solicitando às gestões da UFC, UFCA e UNILAB, melhores condições de trabalho e segurança sanitária para os servidores. Garantimos, em um momento em que muitos sindicatos pararam, a assistência necessária a toda nossa categoria e ainda contribuímos com os movimentos sociais e populares, diante da grave crise social desencadeada pelo governo de Bolsonaro e seus parceiros.

Agora precisamos continuar lutando: a Pandemia ainda não acabou. As universidades continuam sob ataque e pasmem, há entre nós aqueles que permanecem aliados desse governo e mantém em nossas universidades uma política vergonhosamente bolsonarista. Estes também devem ser derrotados! Nossas Universidades devem permanecer democráticas, resguardando a pluralidade de ideias e de portas abertas a todas e todos! Sem preconceito, sem extremismos. Uma Universidade Pública, Gratuita, de Qualidade e socialmente referenciada!

Durante o primeiro semestre, todo o serviço público se mobilizou pela reposição salarial. Em unidade, todos os sindicatos e federações de servidoras e servidores mobilizaram-se e enfrentaram o governo e o Congresso em busca de atendimento de suas reivindicações. Em momento algum, o governo negociou. Além de não ter concedido nada às categorias civis, usou dos seus aliados no Centrão para conceder aumento apenas às forças de segurança, mostrando seu descaso para as demais categorias. Afinal, para aprofundar o desmonte do serviço público e das políticas sociais ao nosso povo, é preciso acabar com as servidoras e servidores.

Por isso, convocamos todos os técnico-administrativos em educação para cerrar fileiras com o SINTUFCE. Fortalecer seu sindicato, construir conosco as soluções coletivas para a presente crise, buscar a unidade da comunidade acadêmica e com os movimentos sociais e de trabalhadoras e trabalhadores, de todas e todos os oprimidos, construir as lutas, avançar na defesa dos direitos e vencer Bolsonaro e os seus aliados.

Precisamos combater a exploração, a miséria e a fome. Para isso, não é necessário ser marxista, progressista, nem ser de esquerda. É preciso, sobretudo, ser solidário. Este é o momento histórico em que vivemos: de colocar todas as nossas forças no combate desse governo absurdo que está aí, fomentando a peste, a fome e a espada sobre nosso povo. Essa é uma tarefa que vai além da defesa da universidade. Além da defesa da carreira, mas é o momento em que se não formos além, não sobrará universidade, muito menos carreira para defender. Porque nos faltará um país!

A FASUBRA, nossa federação apontou o caminho: apoio a LULA para derrota de Bolsonaro. O SINTUFCE não pode deixar de concordar com este apelo, sabendo que este apoio não é um cheque em branco. Pelo contrário, é uma promessa de que queremos um país melhor, livre do ódio e que possa trazer a cada trabalhadora e trabalhador a segurança necessária para ganhar seu sustento e permitir a si e a sua família as conquistas necessárias para garantir sua cidadania. Manteremos a nossa independência de todo e qualquer governo, como órgão de luta e defesa dos interesses das trabalhadoras e trabalhadores da UFC, UFCA e UNILAB!

Cidadania se faz com comida no prato, com saúde e educação, com segurança e com UNIVERSIDADE!

Por melhoria das condições de vida e trabalho das servidoras e servidores DA UFC, UFCA e UNILAB!

Não aos cortes! Esse governo tem que tirar as mãos das nossas universidades!

Democracia na universidade: eleição direta e paritária, com a posse dos mais votados! Reitor eleito, Reitor empossado!

Derrotar Bolsonaro! As lutas serão nas ruas e nas urnas!

Lute Sempre!!!!

Sintufce de Todas as Caras, de Todas as Cores e Todas as Lutas!