O dia 25 de março é a data magna do Ceará: marca a emancipação da população negra escravizada no Estado, quatro anos antes disto ocorrer no restante do país. Esse ano, a data foi ainda mais significativa diante das operações que libertaram do cativeiro centenas de trabalhadores em condições análogas à escravidão. Esse é um retrato do Brasil que insiste em aparecer, embora a elite insista em varrê-lo para debaixo do tapete. Cabe a nós, trabalhadoras e trabalhadores, jogar na cara de todo o País a sua hipocrisia racista e classista.
Nem bem saímos do pesadelo da COVID-19, que ceifou tantas vidas e que poderia ter ceifado ainda mais, caso não fosse a ação firme e decidida dos servidores públicos. Agora, em vez das palmas, os editoriais das tvs e jornais incitam a população contra esses mesmos servidores , que eram chamados de “heróis” pouco tempo atrás. Eles continuam no projeto de desmonte dos direitos e sabem que são as servidoras e servidores públicos que impedem a realização deste desejo macabro. Chega! O reajuste emergencial não foi nada diante do desmonte das políticas públicas e da forma como os servidores públicos foram tratados pelo governo de extrema-direita.
Nossa categoria, especificamente, ficou sem reajuste desde o longínquo 2017. Ainda teve que suportar o desmonte das universidades, sem falar nos atentados à democracia universitária, com a intervenção direta ou disfarçada do governo federal. Entretanto, a sanha neoliberal dos editoriais se volta a tudo que se chama público e a tudo que se constrói de forma coletiva. Para eles, apenas o individualismo estéril é digno de nota quando, na verdade, as brasileiras e brasileiros precisam de direito à educação, saúde, moradia, assegurados pela constituição, para terem o direito de sonhar!
O SINTUFCE , ferramenta de luta das trabalhadoras e trabalhadores das universidades federais, forjada nos embates contra a ditadura militar, defenderá com todas as forças o serviço público e a universidade pública. Essa defesa se faz em cada local de trabalho, fomentando o debate e a participação da base em seu sindicato.
A missão que temos é clara: disputar o governo atual, de frente ampla, pela esquerda, para que este assuma o projeto dos trabalhadores! Chega da chantagem do mercado financeiro! Queremos valorização da carreira e a recomposição salarial! Queremos um PCCTAE que reflita a realidade da carreira, a vivência e a experiência da categoria na universidade! Queremos eleger nossos reitores, livrar a universidade dos interventores, com democracia de verdade: com paridade nas eleições e nos conselhos universitários! Queremos ser protagonistas e não coadjuvantes!
Diretoria Colegiada do SINTUFCE