Artigo veiculado na imprensa cearense pelo interventor apresenta uma série de descalabros, que já seriam condenáveis ao serem ditos por cidadão comuns, quanto mais por quem assina como reitor da maior universidade cearense. Felizmente, a comunidade acadêmica não esquece de que se trata de um interventor e sua sanha em defender as posições bolsonaristas dá mostras de que está ali apenas para tocar a agenda de Bolsonaro para as universidades.
Ao envolver-se em polêmica já superada, uma vez que as urnas eletrônicas já foram atestadas como seguras, confiáveis e plenamente auditáveis, o interventor apenas mostra que deseja abraçar-se ao bolsonarismo no perigoso golpismo que ameaça a democracia e que já fez vítimas, como a de Marcelo Arruda, assassinado por um bolsonarista, no dia 09/07 último, pelo simples fato de celebrar sua festa com temática de apoio a Lula.
Desacreditar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral é um caminho perigoso e que deve ser rechaçado por todas e todos que compõem o ambiente acadêmico, não só da UFC, mas em todo o Ceará e o Brasil. Não podemos dar as ferramentas que poderão pavimentar um golpe diante da escalada do ódio.
O texto em tudo imita as ideias redundantes e vazias do bolsonarismo, inclusive a postura servil em relação aos EUA e à Europa, ao apontar as eleições dessas nações como democráticas por não terem adotado a urna eletrônica. Não abordaremos aqui as confusões que esses sistemas já lançaram nos ditos países, nem que a legislação eleitoral nos EUA é tão diversa que, talvez desconheça o interventor, há estados naquele país que utilizam, sim, votações eletrônicas. Sem falar que, por conta do malfadado colégio eleitoral, medida da qual os grandes latifundiários americanos lançaram mão, já quando da independência dos EUA, queriam evitar que o voto popular, mesmo que censitário à época, fosse considerado. Não nos esquecemos de que a extrema direita elegeu Trump, no colégio eleitoral, mesmo tendo perdido nas urnas… Democracia?
Diante disso, resta reafirmar que a democracia brasileira não é assegurada pelo papel ou pelas quimeras do voto impresso, mas pela participação de todas e todos, livres para exercerem seu direito de voz e voto e para dizer não ao fascismo, ao bolsonarismo e ao interventor.
Em tempo, o mesmo interventor, que deseja votar em papel para garantir a democracia, porque não permite que a UFC possa debater e discutir democraticamente o seu futuro e dos seus servidores e alunos? Por que não permitiu a continuidade das discussões sobre o teletrabalho com os servidores e sindicatos? E por que aceitou a intervenção, quando as urnas da universidade deram vitória a outro candidato?
Diretoria Colegiada do SINTUFCE
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