O dia 14 de setembro foi escolhido como Dia Nacional de Paralisação contra a Reforma da Previdência e o pacote anti-servidor do governo federal. Em Fortaleza, o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (Sintufce) se uniu com várias instituições para uma programação que contemplasse toda a categoria dos técnico-administrativos em Educação da UFC, UFCA e Unilab, inclusive a população cearense.
Panfletagem no terminal do Siqueira
No início da manhã, as diretoras do Sintufce, Maryane Barros e Licivanda Pedroza, panfletaram no terminal do Siqueira, juntamente com o Sindicato dos Servidores do IFCE (SINDSIFCE), Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Ceará (SINTRO), Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista (MAIS), Ocupação Gregório Bezerra e o Movimento de Oposição Sindical da APEOC. O objetivo do ato foi alertar a população sobre a Reforma da Previdência, que prevê o fim da aposentadoria, já que o trabalhador terá que contribuir 49 anos para conseguir se aposentar com proventos integrais.
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*Direitos de imagem reservados ao Sindsefaz
Debate sobre a Dívida Pública e seus impactos: Funpresp e Ciência e Tecnologia
Em continuidade às atividades programadas para o Dia Nacional de Paralisação (14/09), no auditório da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do Ceará (FEAAC) aconteceu o debate sobre ‘Dívida Pública e seus impactos: Funpresp e Ciência e Técnologia, com os professores José Menezes (da UFAL) e Ênio Pontes (da UFC, presidente da ADUFC e representante da Auditoria da Dívida Pública no Ceará).
O professor José Menezes falou sobre orçamento público e como é feita a distribuição deste; destacou a previdência privada; e explicou sobre a Auditoria da Dívida, remetendo-se ao que é e como começou: “Grande parte da dívida pública contraída foi derivada da dívida externa, na época (1979), com o aumento da taxa de juros dos Estados Unidos de 5% para 18%, o Estado, a União e várias empresas estatais foram colapsadas pelo impacto da política de juros altos dos EUA. Grande parte da dívida de cada estado é hoje por conta dos bancos estaduais, devido aos empréstimos que burguesias locais fizerem e não pagaram, com isso o governo fez um empréstimo destas quantias ao Tesouro Nacional para cobrir esse rombo, sendo que com isso o governo contraiu uma dívida gigantesca”, frisou.
Professor Menezes ainda destacou vários pontos sobre a Dívida Pública, citou o caso de Alagoas, e mostrou como está a situação do país atualmente. (Clique aqui e veja o vídeo completo da palestra)
O prof. Ênio Pontes deu continuidade ao debate ressaltando sobre os cortes no orçamento para a ciência e tecnologia e explicou o motivo que tem causado a carência de recurso nessa área. “Em termos de Brasil, a pesquisa cientifica ainda é muito pequena em relação ao mundo, aparecendo na 23ª posição. Já na América Latina, é líder. Só que não conseguiremos continuar com essa liderança, pois desde 2010 que os investimentos em ciência e tecnologia tem sofrido grandes cortes e o governo Temer tem, basicamente, destruído essa área no país, com um corte de 44% dos recursos, o maior nos últimos 12 anos”, destacou.
Para a coordenadora Jurídica do Sintufce, Licivanda Pedroza, o caos no país está apenas começando. “Claro que a prioridade do Estado é o pagamento do SUPOSTO DÉFICIT PÚBLICO, para assegurar os lucros aos bancos internacionais. Com isso, a população brasileira fica sacrificada por vinte anos sem investimentos na saúde e educação. Essa retirada de direitos, que enriquece cada vez mais os bancos, só prejudica o trabalhador brasileiro da classe média e pobre”.
O debate foi encerrado com uma rodada de perguntas aos palestrantes, e Cristiane Oliveira, Secretária de Assuntos Educacionais, Culturais e Desportivos do Sindsifce, aproveitou a oportunidade e convocou os presentes à participarem do Ato público, com concentração na Praça da Bandeira, às 16h.
Ato público
Cerca de 500 pessoas participaram do Ato público convocado por diversos sindicatos, associações, movimentos e entidades, entre eles o Sintufce. A Mobilização contra o fim da aposentadoria e em defesa dos serviços públicos saiu em marcha da Praça da Bandeira até a Praça da Gentilândia. “Nenhum direito a menos” e “Fora,Temer” foram as palavras de ordem dos manifestantes que não suportam mais a situação precária que o país se encontra, com escassez de investimentos na saúde, educação e segurança pública.
A programação de resistência do dia 14 de setembro contou com a participação do SINTUFCE, SINDSIFCE, ADUFC, AFBNB, ANDES, MOS, MTST, POVO SEM MEDO, RUA, SETIBGE, SINDUECE, UJC, UJS, CSP COM LUTAS e UNE.
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