Os dados são alarmantes: Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem todos os anos por atentarem contra a própria vida, o que corresponde a uma morte a cada 40 segundos. A cada morte, pelo menos seis pessoas são impactadas diretamente. Já no Brasil, em média, 32 pessoas são vítimas de suicídio por dia.
Nós, que fazemos parte do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (Sintufce), não valorizamos as estatísticas, mas ratificamos que cada vida importa. Por isso, também reforçamos a campanha “Setembro Amarelo”. “Apoiamos esta causa e a importância dela. Falem, procurem ajuda. O suicídio não é a saída”, ratifica Keila Camelo, coordenadora Geral do Sintufce.
Criada no Brasil em 2015, a campanha trabalha na conscientização sobre a prevenção do suicídio. Entidades como o Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) tiveram a iniciativa de criar o movimento que hoje tem o apoio de diversas entidades do país.
O mês escolhido abriga o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro). A ideia é promover eventos, debates e divulgar o tema alertando a população sobre a importância de sua discussão. Reforçamos, porém, que apesar de a campanha se concentrar em setembro, sabemos que é fundamental falar sobre a prevenção ao suicídio em todos os meses do ano.
Dados
De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2014, o Brasil está em oitavo dentre os países com maior número de suicídios, atrás de Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coreia do Sul e Paquistão. No mundo, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos e a sétima causa de morte de crianças entre 10 e 14 anos de idade. A OMS também afirma que o suicídio tem prevenção em 90%.
Curiosidade
A criação da campanha foi inspirada na história de um jovem americano. Em 1994, Mike Emme, de 17 anos, tirou a própria vida dirigindo seu carro amarelo. Seus amigos e familiares distribuíram no funeral cartões com fitas amarelas e mensagens de apoio para pessoas que estivessem enfrentando o mesmo desespero de Mike, e a mensagem foi se espelhando mundo. O carro era um Mustang 68, restaurado e pintado pelo próprio Mike. Os pais dele, Dale Emme e Darlene Emme, iniciaram a campanha do programa de prevenção do suicídio “fita amarela”, ou “yellow ribbon”, em inglês.
Arte engajada
O músico brasileiro Carlinhos Brown compôs a música “Vozes do Silêncio”. Neste vídeo, ele fala sobre como o silêncio pode aumentar a estatística de suicídio. Brown aparece como maestro de um coral silencioso com 32 participantes — que representam o número de pessoas que se suicidam diariamente no Brasil. “Eu te entendo e me coloco em seu lugar. Eu te vejo e posso te escutar. É difícil e pra quem não é? Mas te garanto, é pior calar. No silêncio você morre aos poucos, e morrer não é opção”, diz parte da canção que defende que depressão não é tabu. A taxa de suicídio no Brasil supera as vítimas de AIDS e da maioria dos tipos de câncer.
Confira o vídeo: