SINTUFCE participa de audiência pública pela autonomia nas IFEs

O Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais no Estado do Ceará (Sintufce), representado pelo seu coordenador de Campi, Wagner Pires, compôs a mesa da audiência pública pela autonomia nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFEs), que aconteceu no Complexo das Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, na tarde do dia 27/11.

O evento, requerido pelo deputado Renato Roseno, também contou com a participação do reitor da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Ricardo Ness, que representou a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); do presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (ADUFC – Sindicato), Bruno Rocha; da representante do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), Raquel Dias; da coordenadora Geral do Sindicato dos Servidores do IFCE, Artemis Martins; e dos membros do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Ceará (DCE-UFC), Stefany Aragão e Douglas de Araújo.

Renato Roseno iniciou a audiência destacando a importância de se debater a democracia nas IFEs e relembrou sobre as últimas escolhas de dirigentes. “A democracia nas universidades tem sido atacada violentamente, só este ano sete instituições federais não tiveram respeitadas as escolhas de seus dirigentes, além disso, há um projeto, indiscutível, de colocar a população brasileira contra as universidades públicas”.

Na oportunidade, Roseno também repudiou as declarações recentes do ministro da Educação Abraham Weintraub, que declarou que as “universidades são ‘madraças de doutrinação’ e ‘têm plantações extensivas’ de maconha, além dos laboratórios de química estarem desenvolvendo droga sintética, a metanfetamina”.

Ricardo Ness falou sobre os 17 projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional e tratam sobre a autonomia universitária.

Já o presidente da ADUFC reprovou os diversos atos praticados pelo atual reitor da UFC, Cândido Albuquerque, traçando cronologicamente as ações executadas desde a sua posse.

Wagner Pires fez uma explanação sobre a importância da universidade pública, os ataques recorrentes do Governo Federal e a realidade vivenciada pela comunidade acadêmica. “No contato diário que tenho com técnicos, estudantes, professores e terceirizados, tenho acompanhado a trajetória destas vidas marcada, muitas vezes, por angústias e temores do que ainda possa vir acontecer. No último ano, travamos batalhas contra os cortes de verbas, que têm prejudicado o ensino, a pesquisa e a extensão, inviabilizando as finalidades primordiais a que se destinam essas IFEs. Mais de 90% da pesquisa e da inovação no país são produzidos pelas universidades públicas, que prestam inúmeros serviços à população por meio de projetos e ações de extensão, hospitais universitários e parques tecnológicos. Esses ataques acontecem porque querem calar a voz da pluralidade e diversidade dos grupos que constroem o pensamento crítico. E isso é o que mais incomoda a uns e outros que, sob o disfarce de combater um suposto ‘marxismo cultural’, querem, na verdade aprisionar a universidade a um pensamento único, que deseja silencias as mulheres, os negros, LGBTs e outros excluídos”.

Ainda destacou o coordenador de Campi do Sintufce que “precisamos de uma universidade onde os reitores são eleitos pela comunidade universitária de forma paritária, e que essa eleição seja respeitada sem riscos de um interventor assumir a gestão, pois assim que se define os rumos da autonomia”. 

A professora Raquel Dias explicou sobre o Future-se e os danos que este projeto traz à autonomia universitária, principalmente, pelo fato de tranferência da gestão das universeidades para as organizações sociais.

Artemis falou sobre a censura e o cancelamento que o Governo Federal fez da programação da I Semana de Direitos Humanos Dandara dos Santos, do IFCE.

Douglas e Stefany relataram sobre os desafios que o DCE vem enfrentando depois da nomeação do reitor da UFC  e salientou as dificuldades para cursar a universidade após o corte de bolsas de estudo.

A requerida audiência também propôs o apoio da classe política para a ampliação dos recursos do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes).

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